domingo, 18 de dezembro de 2016

MURILO LIMA ARREBENTOU NAS GRAVAÇÕES DO ÁLBUM DA BANDA ROCK BRASÍLIA!!!

Murilo Lima é um artista respeitado no cenário do rock nacional. Foi por 5 anos o frontman do Capital Inicial (de 93 a 98), quando deixou seus poderosos vocais registrados, principalmente, nos álbuns Rua 47 e Ao Vivo. E sua trajetória de rock singer, todavia, nao parou por aí. Depois de todos esses anos no Capital, Murilo Lima fez diversos trabalhos, passando inclusive por Brasília, quando participou de shows e das gravações do álbum Rock Solidário é Rock Mesmo. Na ocasião foi convidado por Rogerio Aguas a juntar-se ao time que contava com Giuliano e Carmem Manfredini, Rogerio Aguas, seu ex-companheiro de banda Loro Jones e outros. Murilo Lima é atualmente o frontman da banda Brotheria, grupo liderado por Bozzo Barretti, que também foi do Capital Inicial. E diga-se de passagem, quem ouve as obras dessa super banda fica de queixo caído! Os caras são bons pra caramba e é de se esperar que a qualquer hora esses trabalhos da Brotheria venham a tomar conta das rádios de todo o Brasil. E isto é simplesmente em razão da alta qualidade tanto das letras, quanto dos áudios e melodias dessas pérolas compostas pelo respeitadíssimo Bozzo Barretti. É por essas e outras que Murilo Lima não poderia ficar de fora do álbum O Rock Brasília Ainda Não Morreu, que está no forno e sairá a qualquer momento para ganhar as ruas do DF inteiro! Murilo já foi lá no Zen Studios e deixou de forma muito competente sua marca registrada em 3 das 8 tracks desse trampo da Rock Brasília. E durante essa sua última passagem pela capital do país, Murilo falou ter se sentido honrado em participar especialmente do álbum da Rock Brasília e ainda por gravar em nada menos do que no Zen Studios. Murilo Lima disse também em entrevista a Magu Cartabranca, para o programa de TV por assinatura O Libertário, saber que o Zen é um renomado e histórico estúdio de gravações onde boa parte do rock de Brasília e artistas renomados do Brasil inteiro tiveram obrigatoriamente que ter passado pelo Zen Studios, que gostou muito de toda estrutura do estúdio e dos engenheiros de som Dego e Érika. É esperar um pouco mais para conferir, ouvir e apreciar essa obra que está destinada a ganhar seu lugar nas páginas recentes da história do rock made in DF.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

E Mais uma obra em plena ebulição, É bang bang reforça a crítica de que em Brasília a história de Capital do Rock já era e quando passa a ser tem apenas um lado: o passado que jaz nos anos oitenta e parou nos noventa. O problema apontado pelos autores da obra onde uma das estrofes segue abaixo é que quando se trata de investimento público (principalmente verba da Secretaria da Cultura e outras fontes oficiais) nada é contemplado seriamente além das bandas que fizeram sucesso naquela época atualmente conhecida como Era de Ouro. Por isso o grita geral continua. É bang bang! Na letra dessa bagaça Aguas e Magu nao esqueceram dos guerreiros da dificultosa produção e promoção desse famigerado rock da Capital e o nome da Cida San e do Mário Pazcheco entraram como representantes legítimos do rock made in Brasília da atualidade. Esse é genuíno, nao morreu e vive das próprias pernas, ou melhor, nas palavras de Mário Pazcheco: do próprio bolso! Que, aliás, é o nome do site de Pazcheco, um dos principais veículos do rock no Brasil contemporâneo! E quem acha que produzir shows de rock igual fazem Cida e Pazcheco é fácil, vai lá e tenta fazer: palco, bateria, amplificadores, muitas vezes hotéis, cachets, transporte, combustível, alimentação, permissão do poder público, Ecad, dentre outras coisas! E para tocar rock não é diferente e aqui podemos lembrar os ensinamentos de velho Bon Scott, o inigualável vocalista do AC DC, em uma das estrofes de It's a long way to the top if you wanna rock n roll, que tem vaga garantida nos covers da Banda Rock Brasília: If you think it's easy doin' one night stands/Try playin' in a rock roll band... traduzindo: se você acha que é fácil tocar uma noite inteira, tente tocar numa banda de rock! É isso aí, finalizamos tudo com o recado do velho e querido Bon! E seguem, finalmente, alguns dos versos da letra de Aguas e Magu: É BANG BANG É BANG BANG Brasília tem rock chapa branca Mais também tem rock chapa fria Que nos guetos e becos do Distrito Federal As Cidas Sanns e Mários Pazchecos garantem o rock pra galera da geral É bang bang é bang bang.
E Mais uma obra em plena ebulição, É bang bang reforça a crítica de que em Brasília a história de Capital do Rock já era e quando passa a ser tem apenas um lado: o passado que jaz nos anos oitenta e parou nos noventa. O problema apontado pelos autores da obra onde uma das estrofes segue abaixo é que quando se trata de investimento público (principalmente verba da Secretaria da Cultura) nada é contemplado seriamente além das banda que fizeram sucesso naquela época atualmente conhecida como Era de Ouro. Por isso o grita geral continua. É bang bang! É BANG BANG É BANG BANG Brasília tem rock chapa branca Mais também tem rock chapa fria Que nos guetos e becos do Distrito Federal As Cidas Sanns e Mários Pazchecos garantem o rock pra galera da geral É bang bang é bang bang.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

SANDRINHA NATIVIDADE LEVA A BACIA DO CONGRESSO PRA LAVAR... COM ÁCIDO SULFÚRICO!!!!

Sandrinha Natividade é uma mineira de Governador Valadares que é muito séria, decidida, honesta e às vezes tem pavio curto! Sandrinha curte a Banda Rock Brasília e veste literalmente a camisa dessa bagaça há muito tempo. Por isso quando esteve em Brasília em junho deste ano, vestiu a camiseta que pede ajuda para salvar o paciente que está na U.T.I., ou seja, o próprio Rock Brasília e foi lá para o Congresso onde fez a foto acima. E logo que ajustou a mão á uma das bacias daquela Casa do Espanto pediu a Rogerio Aguas para fazer a foto. E Aguas perguntou logo: Sandrinha, aonde você vai com essa bacia? E a Sandrinha mandou essa: Ora, vou lavar toda essa sujeira e não vai ser com lava jato não... vai ser ácido sulfúrico mesmo!!!! E continuou dizendo: Depois que ouvi Fantoches (música da Banda Rock Brasília) fiquei empolgada em fazer parte desse time que tem nojo dessa política podre que toma conta desse país todo. E por isso mesmo parabenizamos a linda e valente Sandrinha e postamos a letra de Fantoches abaixo da matéria. Lembramos que essa obra, Fantoches, esteve na pauta do programa Refrão, da TV Justiça, à época em que o ministro Gilmar Mendes era o Presidente do S.T.F. E Gilmar pediu para trocar a canção que Rogerio Aguas, autor da obra e convidado a comentar a obra no programa, que por sua vez convidou Loro Jones, ex-Capital Inicial a ir com ele e participar da matéria), pois, no entendimento do ministro se Fantoches fosse executada e comentada no programa em voga, o então Presidente do Senado, José Sarney, poderia entender que Gilmar Mendes estaria usando o espaço para atacar Sarney. O que nos deixa absolutamente orgulhosos dessa obra é o simples fato de Fantoches ter sido pauta e ter tensionado dois dos três poderes de nossa República, ou seja, o Legislativo, que Fantoches senta a pua, e o Judiciário, onde a obra aborda o tema sobre direitos. Foi por isso que Loro Jones entrou em ação e sugeriu a obra que gravara no Capital Inicial intitulada Michey Mouse em Moscou e foi essa que os rockers comentaram. Segue abaixo a letra da famigerada Fantoches e a explicação do que vem a ser ácido sulfúrico, substancia que a Sandrinha quer usar para lavar o Congresso todo!!! Banda Rock Brasília. LETRA DE FANTOCHES: O cidadão mesmo se for plebeu/ tem o direito de pensar/ mas quando ele percebe isso/ suas asas são cortadas/ todo homem que é manipulado/ seu inconsciente quer se libertar/ de uma linguagem pobre, inexpressiva: não vê, não ouve e não fala. Fantoches não pensam, fantoches não queira ser.../ No Congresso dos fantoches só podia falar/ uma tal Maria Net começou a ensinar/ disse que manipulação é algo tão normal e que está bem sintonizada na antena global/ os fantoches concordaram com singelos gestos/ balançando suas cabeças como vacas de presépio/ resolveram, enfim, quanto iriam ganhar/ pra que no Congresso pudessem todos trabalhar/ e roubar/ Tenha coragem para ver/ pensar, falar, cantar, agir/ mudar de vez essa realidade/ Fantoches, só pra divertir... Fantoches, só pra divertir... E agora o que vem a ser ácido sulfúrico e quais os perigos dessa substancia química. O ácido sulfúrico, H2SO4, é um ácido mineral forte. É solúvel na água em qualquer concentração. O antigo nome do ácido sulfúrico era Zayt al-Zaj, ou óleo de vitríolo, criado pelo alquimista medieval islâmico Jabir ibn Hayyan (Geber), que também é o provável descobridor da substância. O ácido sulfúrico tem várias aplicações industriais e é produzido em quantidade maior do que qualquer outra substância (só perde em quantidade para a água). A produção mundial em 2001 foi de 720 milhões de toneladas, com um valor aproximado de 8 bilhões de dólares. O principal uso engloba a fabricação de fertilizantes, o processamento de minérios, a síntese química, o processamento de efluentes líquidos e o refino de petróleo. Uma característica peculiar ao ácido sulfúrico é quanto ao seu comportamento relacionado à concentração. Quando diluído (abaixo de concentrações molares de 90%), a solução assume caráter de ácido forte e não apresenta poder desidratante. Por outro lado, quando é concentrado (acima de 90%), deixa de ter caráter ácido e acentua-se o seu poder desidratante. Soluções concentradas deste ácido possuem pH=1,5 Fonte: Wikipedia. Perigos do ácido que Sandrinha quer usar para lavar a bacia do Congresso Nacional: Perigos mais importantes:  O ácido sulfúrico é um potente irritante do trato respiratório, pele e olhos. Sobre a pele produz queimadurasgraves com fibrose cicatricial intensa e limitações funcionais. Nos acidentes com os olhos pode provocar graves lesões ulcerativas, catarata e glaucoma. Embora a ingestão seja improvável, pode causar severos danos ao aparelho digestivo. Manuseie o produto com segurança. Efeitos do produto:A inalação do vapor ou névoa pode causar tosse, espirros, sangramento nasal, broncospasmo, dificuldade respiratória e edema pulmonar. A ingestão causa corrosão das membranas mucosas da boca, garganta e esôfago, dor epigástrica intensa com náuseas e vômitos semelhante à borra de café, edema de glote e asfixia. Efeitos adversos à saúde humana: As graves queimaduras produzidas pelo contato do ácido sulfúrico com a pele evoluem com lesões ulceradas de cicatrização lenta, fibrose cicatricial e limitações funcionais. Extensas queimaduras podem levar à morte.Sinais de choque como suor frio e pegajoso, pulso rápido, respiração superficial e inquietação podem aparecer após ingestão ou contato extenso com a pele. O estado de choque é a causa mais freqüente de morte nos acidentes graves. O contato com os olhos produz ulceração profunda da córnea, cerato-conjuntivite e lesões de pálpebras com graves seqüelas, incluindo cegueira. Fonte: Quimiclor, produtos químicos.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

FINALMENTE ZEP VENCE: STAIRWAY 1 X 0 SPIRIT.

Após inúmeros acordos extra-judiciais onde compositores de blues ou seus herdeiros pressionaram Jimmy Page e Robert Plant, da banda inglesa Led Zeppelin, a inserirem créditos de autores como Willie Dixon, Muddy Waters, Blind Willie Johnson dentre outros, em canções que foram surrupiadas pelos Leds e ainda a arcarem com significativas indenizações, finalmente os caras do dirigível Zeppelin ganharam uma partida judicial na causa de Stairway to Heaven! No desenho da charge (difícil destacar o nome do desenhista para os devidos créditos) na manchete do blog, Page e Plant participam da audiência defendendo originalidade na composição de uma de suas maiores obras. Plant e Page foram processados por suposto plágio dos acordes de introdução de uma obra intitulada Taurus, da banda americana Spirit, que o Led Zeppelin abriu o show ao chegar nos USA em Denver, em 26 de dezembro de 1968. A banda e a Warner agradeceram o apoio de fãs de todo o planeta e segue abaixo a nota literal da distribuidora: "Estamos satisfeitos que o júri confirmou as verdadeiras origens de 'Stairway to Heaven'. O Led Zeppelin é uma das maiores bandas da história, e Jimmy Page e Robert Plant são compositores inigualáveis que criaram muitas das canções mais influentes e duradouras do rock", divulgou em nota a gravadora Warner. O veredicto da causa saiu no dia 23 de junho de 2016. Banda Rock Brasilia.

terça-feira, 24 de maio de 2016

KIM GORDON: MUSA DO ROCK TEM ATITUDE DE MULHER COM M MAIÚSCULO!

A bagaça desse blog da banda Rock Brasília falou de Musa na matéria passada, onde Rogerio Aguas e a nossa Loiraça do Baixo fizeram alusão ao projeto Escola de Rock e destacamos o romantismo e a esperança nesse estilo musical que é pura rebeldia em um mundo onde o pessimismo, maldade, traição e outros desvalores tomam conta de quase tudo. E essa iniciativa de se trazer esperança, romantismo e arte através da música foi bem interpretado pela maioria de nossos visitantes, pois, a matéria que leva a muito feliz imagem de Aguas e da Loira, pois interpretaram bem a mensagem proposta, provocaram mais de 5 mil clicks em menos de uma semana! Todavia, a questão do que é ser ou não ser Musa, quer do rock ou de qualquer outra coisa não foi bem entendida por alguns internautas. Pois bem, para esclarecer melhor trouxemos a matéria sobre nada mais, nada menos que Kim Gordon, outra loira dos contra-baixos, que também toca guitarra e tem diversas outras habilidades. E para não deixar mesmo quaisquer outras dúvidas, no final do texto vai pra todo mundo um resumo do que é Musa. E gente, Musa do Rock N Roll não é pra qualquer uma, pois, tem que ter além de tudo atitude de Rock! E Kim Gordon tem. A loira se destacou na música quando iniciou sua carreira na banda Sonic Youth, onde teve total visibilidade por ser baixista, guitarrista e ainda fazer vocal. E foi exatamente o baixo, o instrumento da loira do nosso projeto, que a tornou super famosa. Kim participou de outros projetos além da Sonic Youth, dentre eles, o da Free Kitten, onde atuou ao lado de Julia Cafritiz, do grupo Pussy Galore. Em 90 passou a produzir e fez o trampo da banda Hole, Pretty on the Inside (1991). Kim Gordon é uma artista completa com formação acadêmica. Formada na Faculdade Otis of Art and Design, LA, tem se estabelecido como curadora de obras de arte e sua carreira nesse ramo consagrou a loira em Tóquio e outros cantos do mundo. Nossa blond girl ainda arrumou tempo para ser atriz. Fez o Las Days, uma biografia fictícia de Kurt Cobain, que foi de fato seu amigo. Kim passou pelo Gilmore Girls e ali fez uma participação especial junto com seu marido e sua filha, Coco, quando tocou a música What a Waste. É nesse aspecto que destacamos a manchete de ter Kim qualidades de Musa e ainda atitude de Rock n Roll, vez que em um mundo onde a família tem sido bastante atacada e avacalhada, Kim mandou bem levando seu maridão e filha para a frente das camêras, assumindo ali mais um de seus papéis mãe e mulher, independente da ordem. A atitude que destacamos na trajetória dessa loiraça é a de ter tocado o fuck you pro seu marido, depois de ter pego o canalha com uma amante. Lembramos aqui a frase de outra Musa, mas do esporte nacional, Fernanda Gentil: Os homens (mulheres) fracos tem amantes... os homens (mulheres) fortes tem família. Os parenteses são nossos. Por essas e outras merece Kim Gordon todo nosso respeito e inspiração e faz totalmente jus ao título de Musa do Rock N Roll. Fernanda Gentil: Os homens (mulheres) fracos tem amantes... os homens (mulheres) fortes tem família. E daqui por diante, diretamente da Wikipedia. As musas (em grego antigo: Μοῦσα, transl.: Mousa), na mitologia grega, eram entidades a quem era atribuída a capacidade de inspirar a criação artística ou científica. Eram as nove filhas de Mnemosine e Zeus. O templo das musas era o Museion, termo que deu origem à palavra museu nas diversas línguas indo-europeias como local de cultivo e preservação das artes e ciências. As nove musas[editar | editar código-fonte] Nove musas Musa Significado do nome Arte ou Ciência Representação (Atributo) Calíope Bela voz Eloquência Tabuleta e buril Clio Kleio A Proclamadora História Pergaminho parcialmente aberto Erato Amável Poesia Lírica Pequena Lira Euterpe A doadora de prazeres Música Flauta Melpômene A poetisa Tragédia Uma máscara trágica, uma grinalda e uma clava Polímnia Polyhymnia A de muitos hinos Música Cerimonial (sacra) Figura velada Tália Thaleia A que faz brotar flores Comédia Máscara cômica e coroa de hera ou um bastão Terpsícore A rodopiante Dança Lira e plectro Urânia A celestial Astronomia e Astrologia Globo celestial e compasso Origem mitológica[editar | editar código-fonte] Hesíodo e a musa Por Gustave Moreau, 1891, Museu de Orsay Após a vitória dos deuses do Olimpo sobre os seis filhos de Urano, conhecidos como titãs, foi solicitado a Zeus que se criassem divindades capazes de cantar a vitória e perpetuar a glória dos Olímpicos. Zeus então partilhou o leito com Mnemósine, a deusa da memória, durante dez noites consecutivas e, um ano depois, Mnemósine deu à luz nove filhas em um lugar próximo ao monte Olimpo. Criou-as ali o caçador Croto, que depois da morte foi transportado, pelo céu, até a constelação de Sagitário. As musas cantavam o presente, o passado e o futuro, acompanhados pela lira de Apolo, para deleite das divindades do panteão. Eram, originalmente, ninfas dos rios e lagos. Seu culto era originário da Trácia ou em Pieria, região a leste do Olimpo, de cujas encostas escarpadas desciam vários córregos produzindo sons que sugeriam uma música natural, levando a crer que a montanha era habitada por deusas amantes da música. Nos primórdios, eram apenas deusas da música, formando um maravilhoso coro feminino. Posteriormente, suas funções e atributos se diversificaram. Calíope (bela voz), a primeira entre as irmãs, era a musa da eloqüência. Seus símbolos eram a tabuleta e o buril. É representada sob a aparência de uma jovem de ar majestoso, a fronte cingida de uma coroa de ouro. Está ornada de grinaldas, com uma mão empunha uma trombeta e com a outra, um poema épico. Foi amada por Apolo, com quem teve dois filhos: Himeneu e Iálemo. E também por Eagro, que desposou e de quem teve Orfeu, o célebre cantor da Trácia. Clio (a que confere fama) era a musa da História, sendo símbolos seus o clarim heróico e a clepsidra. Costumava ser representada sob o aspecto de uma jovem coroada de louros, tendo na mão direita uma trombeta e na esquerda um livro intitulado "Tucde". Aos seus atributos acrescentam-se ainda o globo terrestre sobre o qual ela descansa, e o tempo que se vê ao seu lado, para mostrar que a história alcança todos os lugares e todas as épocas. Euterpe (a que dá júbilo) era a musa da poesia lírica e tinha por símbolo a flauta, sua invenção. Ela é uma jovem, que aparece coroada de flores, tocando o instrumento de sua invenção. Ao seu lado estão papéis de música, oboés e outros instrumentos. Por estes atributos, os gregos quiseram exprimir o quanto as letras encantam àqueles que as cultivam. Tália (a festiva) era a musa da comédia que vestia uma máscara cômica e portava ramos de hera. É mostrada por vezes portando também um cajado de pastor, coroada de hera, calçada de borzeguins e com uma máscara na mão. Muitas de suas estátuas têm um clarim ou porta-voz, instrumentos que serviam para sustentar a voz dos autores na comédia antiga. Melpômene (a cantora) era a musa da tragédia; usava máscara trágica e folhas de videira. Empunhava a maça de Hércules e era oposto de Tália. O seu aspecto é grave e sério, sempre está ricamente vestida e calçada com coturnos. Terpsícore (a que adora dançar) era a musa da dança. Também regia o canto coral e portava a cítara ou lira. Apresenta-se coroada de grinaldas, tocando uma lira, ao som da qual dirige a cadência dos seus passos. Alguns autores fazem-na mãe das Sereias. Érato (a que desperta desejo) era a musa do verso erótico. É uma jovem ninfa coroada de mirto e rosas. Com a mão direita segura uma lira e com a esquerda um arco. Ao seu lado está um pequeno Amor que beija-lhe os pés. Polímnia (a de muitos hinos) era a musa dos hinos sagrados e da narração de histórias. Costuma ser apresentada em atitude pensativa, com um véu, vestida de branco, em uma atitude de meditação, com o dedo na boca. Urânia (celeste) era a musa da astronomia, tendo por símbolos um globo celeste e um compasso. Representam-na com um vestido azul-celeste, coroada de estrelas e com ambas as mãos segurando um globo que ela parece medir, ou então tendo ao seu lado uma esfera pousada uma tripeça e muitos instrumentos de matemática. Urânia era a entidade a que os astrônomos/astrólogos pediam inspiração. As musas Clio, Euterpe e Talia Por Eustache Le Sueur Suas moradas, normalmente situadas próximas à fontes e riachos, ficavam na Pieria, leste do Olimpo (musas pierias), no monte Helicon, na Beócia (musas beócias) e no monte Parnaso em Delfos (musas délficas). Nesses locais dançavam e cantavam, acompanhadas muitas vezes de Apolo Musagetes (líder das musas - epíteto de Apolo). Eram bastante zelosas de sua honra e puniam os mortais que ousassem presumir igualdade com elas na arte da música. O coro das musas tornou o seu lugar de nascimento um santuário e um local de danças especiais. Também frequentavam o monte Hélicon, onde duas fontes, Aganipe e Hipocrene, tinham a virtude de conferir inspiração poética a quem bebesse suas águas. Ao lado das fontes, faziam gracioso movimentos de uma dança, com seus pés incansáveis, enquanto exibiam a harmonia de suas vozes cristalinas. Na mitologia grega, as musas (em grego Μοῦσαι) eram, segundo os escritores mais antigos, as deusas inspiradoras da música e, segundo as noções posteriores, divindades que presidiam os diferentes tipos de poesia, assim como as artes e as ciências. Originalmente foram consideradas Ninfas inspiradoras das fontes, próximas das quais eram adoradas, e levaram nomes diferentes em distintos lugares, até que a adoração tracio-beócia das nove musas se estendeu desde Beócia ao resto das regiões da Grécia e ao final permaneceria geralmente estabelecida. Ainda que na mitologia romana terminaram sendo identificadas com as Camenas, Ninfas inspiradoras das fontes, na realidade pouco tinham a ver com elas. Genealogia Atena junto às musas Por Frans Floris, c. 1560 A genealogia das musas não é a mesma em todas as fontes. A noção mais comum é que eram filhas de Zeus, rei dos Olímpicos, e Mnemôsine, deusa da memória, e que nasceram em Pieria na Trácia, ao pé do monte Olimpo, pelo qual às vezes lhes chamavam Olímpicas, mas alguns autores como Alcmán, Mimnermos e Praxila as consideravam mais primordiais, filhas de Urano e Gaia. Pausânias explica que havia duas gerações de musas, sendo as primeiras e mais antigas filhas de Urano e Gaia e as segundas de Zeus e Mnemôsine. Eram belas e sempre conseguiam o que elas queriam. Outras versões afirmavam que eram filhas: De Apolo;lonis De Zeus e Plusia; De Zeus e Atena; De Urano e Gaia; De Píeros e uma ninfa pimpleia ao qual Cícero chama Antíope (pelo qual às vezes lhes chamam Piérides, Pimpleias ou Pimpleídes); De Zeus e Mnemôsine ou Mnemea de onde são chamadas mnemonides. Moneta provavelmente é uma simples tradução romana dessas deusas. Considerava-se Eufeme a ama-de-leite das musas e ao pé do monte Helicón sua estátua aparecia junto à de Linos. Sobre seu número[editar | editar código-fonte] Três musas baixo-relevo de Mantineia atribuído ao escultor de Praxíteles, século IV a. C. Por Pausânias, sabemos que originalmente se adoravam a três musas no monte Helicón, na Beócia: Meletea ("meditação"); Mnemea ("memória"); Aedea ("canto", "voz"). Dizia-se que seu culto e nomes haviam sido introduzidos pela primeira vez pelos Aloádes: Efialtes e Otos. Juntas formavam o retrato completo das pré-condições para a arte poética nas práticas religiosas. Também se reconheciam a três em Sición, onde uma delas levava o nome de Polimatía, e em Delfos, onde seus nomes eram idênticos aos das três cordas da lira, ou seja, Nete, Mese e Hípate, ou Cefisos, Apolonis e Boristenis, que eram os nomes que as caracterizavam como filhas de Apolo. Como filhas de Zeus e Plusia se acham menções a cinco musas: Meletea ("praticar"); Menme ("recordar"); Telxínoe ("tocar"); Aedea ("cantar"); Arkhe ("glorificar"). Algumas fontes, na qual por sua vez são consideradas filhas de Píeros, mencionam sete musas chamadas Piérides: Neilos, Tritone, Asopos, Heptapora, Aquelois, Tipoplos e Rhodia, e por último outras mencionam oito, que também se diz que era o número reconhecido em Atenas. As nove musas canônicas[editar | editar código-fonte] Finalmente, consolidou-se em toda a Grécia o número de nove musas. Homero menciona algumas vezes uma musa e outras vezes várias musas, mas somente uma vez a Odisseia cita que eram nove. No entanto, não menciona nenhum de seus nomes. Hesíodo, na Teogonia, é o primeiro que dá os nomes das nove, que a partir de então passaram a ser reconhecidas. Plutarco afirma que em alguns lugares as nove eram chamadas pelo nome comum de Mneae ("recordações"). As nove musas canônicas são: Calíope (Καλλιόπη, "a de bela voz") Clio (Κλειώ, "a que celebra") Erato (Ερατώ, "amorosa") Euterpe (Ευτέρπη, "deleite") Melpômene (Μελπομένη, "cantar") Polímnia (Πολυμνία, "muitos hinos") Tália (θάλλεω, "florescer") Terpsícore (Τερψιχόρη, "deleite da dança") Urânia (Ουρανία, "celestial") Apesar da difundida crença, não havia correlação entre as artes tradicionais (que eram seis) e as musas, sendo tal associação uma inovação posterior.

sábado, 7 de maio de 2016

PROJETO ESCOLA DE ROCK: DOS PRIMEIROS ACORDES ATÉ O PALCO.

O projeto de música Escola de Rock - PER está em pleno desenvolvimento na cidade satélite do Guará, DF, e conta com professores de música voluntários. PER teve por inspiração peculiaridades do filme School of Rock (Escola de Rock), um filme americano de 2003 dirigido por Richard Linklater, escrito por Mick White e estrelado por Jack Black. O enredo do filme pode ser lido ao final da matéria, todavia os elementos que interessaram ao PER no DF foram os seguintes: formar o estudante de música na sala de aula e levá-lo até o palco onde possa atuar com outros estudantes em uma banda de rock improvisada. Nesse diapasão são trabalhados especificamente em cada aluno: o desenvolvimento psicomotor, a auto-estima, a superação da timidez, os valores de trabalho coletivos (não são permitidas apresentações solos), a fala e a performance em público. E ainda nesse sentido se prova literalmente que é possível chegar e dominar as apresentações em público sem auxílio de quaisquer drogas, incluindo o alcool. E claro, a arte de se tocar instrumentos é forma de se obter renda. O maior problema que se tem enfrentado no PER é a falta de professores voluntários, pois, o projeto só contempla ajuda de custo para os nobres mestres. Contudo, os poucos voluntários que tocam o PER são multi-instrumentistas, compositores e cantores e por isso conseguem suprir grande área no processo de aprendizagem musical. A Banda Rock Brasília se propôs a ajudar os alunos que estão prontos para se apresentarem em performance ao vivo. Rogerio Aguas é professor voluntário e tem participado ativamente do PER. Aguas está na foto ao lado da loiraça do contra-baixo. A dupla deixa passar propositadamente que a música é acima de tudo romântica e apaixonante, como também que todo artista tem sua Musa inspiradora, no melhor estilo greco-romano. E mais. É impossível viver sem ela! Banda Rock Brasília. São apoiadores do PER: o stúdio de profissionais de TV Dream Factory, o programa de TV a cabo, O Libertário (de Magu Cartabranca), a Banda Rock Brasília e a Academia Júlio Carvalhaes. Segue enredo da Wikipedia da School of Rock. School of Rock (Escola de Rock, no Brasil e em Portugal) é um filme americano de 2003 dirigido por Richard Linklater, escrito por Mick White, e estrelado por Jack Black. O enredo principal gira em torno de Dewey Finn (interpretado por Black), um cantor e guitarrista de rock que é demitido da banda No Vacancy, e posteriormente se disfarça como professor substituto em uma prestigiosa escola preparatória. Depois de testemunhar o talento musical de seus alunos, Dewey forma uma banda com alunos da quinta série do ensino fundamental para vencer a próxima Batalha das Bandas e pagar o seu aluguel. O filme fez um enorme sucesso com o publico jovem se tornando um clássico da cultura pop dos anos 2000. Em dezembro de 2015, um musical foi encenado na Broadway[1] e em março de 2016, foi lançada uma série de televisão no canal Nickelodeon.

terça-feira, 26 de abril de 2016

David Gilmour, guitarrista do Pink Floyd, surpreendeu a todos ao prestar homenagem a Prince de forma inusitada durante apresentação no Royal Albert Hall, Londres. O veterano guitarrista fez um mix de Comfortably Numb e Purple Rain, quando ao final de sua obra em parceria com Roger Waters, a Comfortably Numb, improvisou solos de forma corajosa onde erros e acertos apontaram a importância e significado de Prince para o universo da música interplanetária. Nosso blog também faz homenagem ao fantástico artista cantor, compositor e multi-instrumentista Prince Rogers Nelson (Minneapolis, 7 de junho de 1958, Chanhassen, 21 de abril de 2016).

terça-feira, 19 de abril de 2016

STAIRWAY TO HEAVEN, DO LED, É A ESCADA DE JACOB, DA MAÇONARIA.

Stairway to Heaven é uma das maiores obras acústicas do universo do rock mundial e isso não se discute. Após a publicação dessa magnífica música pelo Led Zeppelin, no álbum IV do grupo, as bandas de rock de todos os cantos do planeta se viram obrigadas a desenvolver suas próprias Stairways, e temos alguns exemplos épicos pra mostrar pra vocês: Bohemiam Rhapsody, do Queen, Love to Love, do Ufo, Comfortably Numb, do Pink Floyd, Child in Time, do Deep Purple, dentre tantas outras seguiram à risca a receita criada pelo Sr.Page: uma obra acústica, que cresce progressivamente até o ponto onde o espaço do guitarrista é garantido para disparar solos na parte final da peça, transformando-a em puro rock para a alegria do próprio guitarrista e delírio dos fãs. Porém, Stairway trouxe consigo não apenas o sucesso e suas crias, mas também diversas polêmicas: acusações de satanismo embutido na letra, plágio e más interpretações de toda sorte acerca de seu verdadeiro significado. A última novidade que acompanha Stairway é o processo judicial movido contra a banda que acusa de plágio toda a sessão dedilhada no início da música, considerando acordes, compassos, ritmo e dinâmica da obra da antiga banda Spirit, intitulada Taurus, demanda judicial promovida pelo herdeiro de Randy Wolfe, Michael Skidmore. O julgamento está marcado para 10 de maio. Sabemos que muitos fãs do Led defendem Page e Plant de forma apaixonada e fervorosa, sem contudo considerarem que Jimmy Page e John Paul Jones eram músicos de stúdio no início de suas carreiras, cujas funções eram exatamente aprimorar obras dos outros! Todavia, assinar o nome como autor da obra trabalhada não é certo nem ético e mesmo assim os caras do Led mandaram ver em diversas obras que já apontamos em matéria anterior a esta (basta lembrar Whole Lotta Love, de Muddy Waters, Bring it On Home, de Willie Dixon, Dazed and Confused, de Jake Holmes, dentre diversas outras que fizeram a banda fazer acordos judiciais e extra-judiciais, indenizarem as vítimas e inserirem os nomes dos autores originais ao lado de seus nomes nas novas publicações dos cds remasterizados do Led.) Todavia essa matéria está devidamente esgotada e pacificada, tendo diversos videos no you tube confrontando todo esse famoso plagiarismo dessa fantástica banda inglesa. Pois bem, o que nos trouxe a falar novamente de Stairway foi o fato de interpretações diversas na internet acerca do significado da esotérica letra da canção não apontarem para algumas palavras chaves no início da obra. É pra isso que estamos aqui nessa bagaça de matéria. Vamos assim à vaca fria: vamos destacar apenas a primeira estrofe e suas palavras chaves que passam despercebidos pelos corajosos intérpretes de todo o globo que fazem suas publicações na web. Os trechos são literalmente: There´s a lady who´s sure all that glitters is gold; and she´s buying a stairway to heaven; when she gets there she knows, if the stores are all closed; with a word she can get what she came for... and she´s buying a stairway to heaven. Pois bem, a dama que tem certeza de que tudo que brilha é ouro, já traduzindo, remete claramente à prática e crença na alquimia, vez que acredita que tudo que brilha é ouro; as lojas que estão fechadas, apontam à maçonaria, pois, seus templos são lojas e para adentrá-los corretamente é necessário que se tenha a senha, sendo batendo na porta com três batidas etc., pois, essa é a forma correta para fazer a loja ser aberta; finalmente, no início do trecho, a dama se vê comprando uma escada para o céu e aí está o x da questão por onde gira toda a letra: os graus maçonicos de desenvolvimento e evolução para os que assim acreditam, o que remonta ao gnosticismo (paganismo do início da era cristã) que se tem por base a escadaria de Jacob, termos que estão no fim da matéria devidamente explicados. E, voltando a senha do início da letra, ... with a word she can get what she came for... nesse sentido a dama de Stairway pode conesguir o que deseja com uma palavra apenas enquanto nós também podemos entender bem melhor dessa forma o que essa misteriosa dama anda fazendo durante toda a canção. Daí pra frente fica evidente que o estudante e praticante de ocultismo, Jimmy Page, sabia muito bem do que estava falando, expondo e desenvolvendo. É sabido que Robert Plant estava comendo livros do gênero indicados por Page por ocasião da composição de Stairway e daí toda a inspiração afinada com o tema que sempre dominou o habilidoso guitarrista inglês. E esse é o ponto. Procuramos na web sites, blogs etc. e percebemos que ninguém havia dito nada a respeito dessas palavras chaves de Stairway ali bem na cara e no início da obra, apesar de afirmações precisas acerca da Escada de Jacob povoarem a internet fazendo alusão à essa polêmica canção. Importante destacar que Robert Plant há muito vem se recusando a executar Stairway, e sempre afirma estar brigando até hoje com a letra que lhe é atribuída! Para finalizar a matéria, vez que nossa contribuição é apenas quanto ao início revelador da obra que remete à lojas e senhas, segue trecho do que é a Escada de Jacob para a Maçonaria. Bem, se Plant está brigando até hoje com a interpretação de sua própria letra, nós paramos por aqui! Segue a explicação do que é a Escadaria de Jacob, diretamente da publicação maçônica do blog O Aprendiz, de Walter Sarmento: A ESCADA DE JACÓ Alfenas – MG 2009 A ESCADA DE JACÓ Encontramos no Painel da Loja de Aprendizes uma escada, denominada Escada de Jacó que simbolicamente representa a ligação entre a Terra e os Céus. A origem da introdução do simbolismo da Escada de Jacó na Maçonaria Especulativa deve-se à visão de Jacó, registrada no Velho Testamento, Gênesis 28 vers.10,11,12, 17 e 18. Um veículo que conduzia à morada de Deus, galgando-se degrau por degrau, em busca da perfeição. É um emblema maçônico. Tanto a subida quanto a descida tem seu cume ancorado numa base, por isso o Mestre Eckhart disse: “o que existe de mais alto em sua insondável divindade corresponde àquilo que mais baixo existe nas profundezas da humildade. Aí está a transcendência da vocação humana. Somos o que queremos ser”. Jacó tendo partido de Bersabé, ia para Haran. E como chegasse após o por do sol a certo lugar, onde ele queria passar a noite, pegou numa das pedras que ali havia; e tendo-a posto por baixo de sua cabeça, dormiu ali mesmo. Então viu em sonhos uma escada, cujos pés estavam fincados sobre a terra, e o cimo tocava o céu; e os anjos de Deus subindo e descendo por esta escada. Viu também o Senhor firmado no cimo da escada, que lhe dizia: “Eu sou o Senhor Deus de Abraão, teu pai e o Deus de Isaac. Eu darei a ti e a teus descendentes a terra em que tu dormes. A tua posteridade será numerosa, como o pó da terra; e tu te estenderás ao Ocidente, e ao Oriente, e ao Setentrião, e ao meio dia; e todas as tribos da terra serão benditas em ti e naquele que sairá de ti. Eu serei o teu condutor por toda a parte, por onde fores; e eu te tomarei a trazer a este país; e não te deixareis, a menos que não tenha executado tudo o que te prometi”. Variadas são as interpretações do sonho de Jacó, e, especialmente sobre o significado da Escada. A mais comum é que cada degrau simboliza o esforço que ao Maçom cumpre executar para ascender até a Perfeição. Etapas vencidas e iniciações ganhas. Os degraus simbolizam os diversos planos do Universo. No Rito Escocês Antigo e Aceito, a Escada teria 33 degraus, correspondendo cada degrau a um Grau Maçônico. Segundo as tradições maçônicas, a escada com esse significado consta de catorze degraus. Nos mistérios persas e indostâmicos ela tinha grande importância e, por isso, em seus templos se erigia uma escada de sete degraus, correspondentes também às sete cavernas iniciáticas. Mas, em realidade, seus degraus são tantos quantas são as virtudes necessárias ao aperfeiçoamento individual e, das quais, as três principais são a Fé, a Esperança e a Caridade, ali simbolizadas pela Cruz, a Âncora e o Cálice. FÉ – ESPERANÇA - CARIDADE O teto de um Templo Maçônico é a representação da sua própria altura, ou seja, tem o céu estampado em suas pinturas. Todo maçom deve ter como objetivo, alcançar este Céu, o ilimitado, o infinito, a certeza de estar-se atingindo a própria LIBERDADE. O ELO de ligação ou a estrada a ser trilhada para alcançar tal pretensão, da ESCADA DE JACÓ. Cada degrau representa uma etapa de aperfeiçoamento moral e também um grau da Maçonaria Simbólica e Filosófica. Três são os símbolos que o maçom deve ter sempre em seus corações, e em mente, para se empenhar nessa caminhada. SÃO ELES: FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE, representados respectivamente pela CRUZ, ÂNCORA e TAÇA. A Fé representa o primeiro degrau da escada de Jacó, pois ela é a SABEDORIA do ESPÍRITO, sem a qual o Homem nada levará a termo. A Esperança representa os degraus intermediários, pois ela ampara e anima o espírito nas dificuldades encontradas no caminho. A Caridade representa o último degrau, que só será atingido praticando-a, pois ela é a própria imagem dos mais puros sentimentos humanos, onde no seu ápice uma estrela de sete pontas. No painel do aprendiz, ao lado da estrela de 7 pontas encontramos à direita a Lua rodeada de 7 estrelas e à esquerda o Sol. O número 7, na simbologia mística nos esclarece do porque uma estrela incomum de 7 pontas no ápice da escada de Jacó. SIMBOLOGIA DO NÚMERO 7 Principio neutro dominando os elementos da natureza, aliança da idéia e da forma; a unidade em equilíbrio; paciência desenvolvendo a inteligência. Vitória: ligada à natureza e ao amor, simboliza o triunfo do iniciado ao fim da sua busca ( entendimento, compreensão e conhecimento) Número que representa a energia mais perfeita que Deus concedeu para utilização dos iniciados nos rituais. O sete, diz os seguidores de Pitágoras, era assim chamado em função do verbo grego "sebo", - venerar e deriva do hebraico Shbo, set, ou satisfeito, abundância, sendo Septos, em grego "santo, divino, de mãe virgem". Assim como a Escada de Jacó está envolvida nos mistérios e instituições que a tradição nos dá conhecer, temos a árvore da vida, no jardim do Éden nos mostrando caminhos entre um estágio inferior para um estágio superior. O verso da carta do tarô - o arcanjo maior - O julgamento - aonde vemos uma escada de sete degraus um arcanjo com sua trombeta , tendo à sua volta uma serpente que engole seu rabo com uma árvore ao seu redor. Além de figuras humanas na base da escada. È a Escada de Jacó um símbolo religioso nos mostrando que só chegaremos à morada de Deus se galgarmos degrau por degrau a escada da vida. È o símbolo do caminho para a perfeição. Sua colocação no painel do aprendiz indica que o neófito colocou o pé no primeiro degrau da escada, iniciando sua busca para o aperfeiçoamento moral. Outra visão - a esotérica - da escada de Jacó, onde anjos subiam e desciam por ela, nos mostra, simbolicamente os ciclos evolutivos e involutivos da vida num perpétuo fluxo e refluxo através dos sucessivos nascimentos e mortes. A Escada de Jacob, alegoria de origem bíblica, portanto, nem sempre está presente no recinto da Loja maçônica, a não ser no desenho do Painel da Loja. Todavia, algumas Lojas costumam esculpir a escada na face frontal do Altar (ou Pedestal), no Oriente. No topo da escada há uma estrela de sete pontas. A estrela de sete pontas tem o mesmo simbolismo do número sete, que é o produto da união do ternário espiritual com o quaternário material ; o sete é considerado um número perfeito, pois representa um ciclo, ou período existencial completo. Toda a mística e toda a tradição cosmogônica ocidental assim como parte da oriental, estão baseadas no sistema setenário : a escala musical tem sete notas, sete são as cores do arco-íris, sete são os chacras principais, sete são as esferas planetárias tradicionais, sete são os pecados capitais,sete foram os dias da criação, sete são as ciências liberais. A estrela heptagonal --- assim como o menorá, candelabro de sete braços --- também simboliza os sete planetas conhecidos na Antiguidade e as sete Ciências, ou Artes Liberais : Gramática, Lógica, Retórica, Aritmética, Geometria, Música e Astronomia. BIBLIOGRAFIA NEVES, Jurandyr José Teixeira. A Escada de Jacó. Disponível em: http://www.maconaria.net/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=75 SARTORI, Eloi. A Escada de Jacó. Disponível em: http://www.brasilmacom.com.br/pecas/aescadadejaco4.htm CASTRO, Nêodo Ambrósio. Escada de Jacó. Disponível em: http://www.brasilmacom.com.br/pecas/escadajaco.htm

terça-feira, 5 de abril de 2016

PAPA FRANCISCO: O SEGREDO PARA FAZER O ROCK ROLAR EM CUBA!

Longe de qualquer sombra de dúvida o show dos Stones em Cuba foi histórico, simbólico e publicitariamente falando de suma importância. Histórico devido ao simples fato de ter se tornado algo absolutamente impensável nos anos pós-revolução haver qualquer show de rock de uma banda americana na terra de Fidel. Simbólico porque a logo dos Stones, a boca com a língua de fora, mesclou-se com o maior ícone da ilha cubana, a imagem de Ernesto Guevara, o Chê, e essa figura fundida que está na foto de chamada dessa matéria rodou o mundo todo com velocidade espantosa! Obviamente, o show dos Rolling Stones não foi o cerne da questão, mas puro marketing para anunciar ao planeta inteiro que o gelo que separava as duas nações, USA e Cuba, está sendo devidamente derretido, tanto por esforços diplomáticos quanto pela energia quente e vibrante dos amplificadores de rock, a começar pelos Stones. Esperamos ver a Rock Brasília ser convidada para tocar lá quando quiserem! Lógica e evidentemente tiramos o chapéu para o Obama e Raul Castro: We salute you! Não temos dúvidas também quanto ao fato de que muitos americanos estão comemorando a chegada dos desejadíssimos charutos made in Cuba de uma maneira legalizada e muito mais em conta! E nesse sentido foi muito interessante ter acompanhado os ensaios da Banda Rock Brasília, quando Rogerio Aguas trouxe, bem antes do show dos Stones, uma obra fusion onde a letra improvisada celebrava a troca de guitarras americanas por charutos cubanos entre pessoas dos dois países. Essa obra está em via de produção para a internet. Mas jamais poderíamos esquecer de mencionar o nome do grande sonhador e maior responsável da concretização dessa realidade: o Papa Francisco! Ninguém mais, ninguém menos que esse homem de Deus que parece viver em outro planeta e ser totalmente destemido. Ora, Francisco foi destemido ao escrever as cartas a Obama e a Raul Castro iniciando o discurso que para muitos parecia ter sido elaborado por algum lunático que passasse longe dos dos dois países, USA e Cuba e desconhecesse totalmente a realidade da natureza do Vaticano. Bem, meus amigos, esse lunático tem nome, tem fé e consegue do alto de sua anciã idade mover o mundo. E mesmo aos berros dos radicais de ambos os lados, mais um sonho de Francisco foi realizado. E assim, após termos feito mais uma publicação de tudo o que é e não é da nossa conta, nós do blog da Rock Brasília gostaríamos muito de saber se o Papa acompanhou, curtiu e dançou ao som dos velhos e sempre atuais Rolling Stones! Se alguém flagrou manda pra gente! Para finalizar destacamos que esses dinossauros do rock, os Stones, incluíram mais um feito notável no currículo da banda: além de terem tocado na inauguração das Pirâmides do Egito, esses velhotes do rock n roll conseguiram atravessar o tempo e tocar nessa data inimaginável pensada e planejada por essa figura fenomenal chamada Francisco! Banda Rock Brasília.

domingo, 13 de março de 2016

IN PERFORMANCE - BANDA ROCK BRASÍLIA.

A Banda Rock Brasília continua batalhando para produzir oficialmente seu primeiro álbum: O Rock Brasília Ainda Não Morreu, que terá ainda DVD de mesmo nome. São na verdade dois trampos, cd e dvd. Avisando assim toda comunidade de amantes do bom e velho rock^n^roll (que atualmente tem sido apelidado de rock clássico)essa bagaça de blog resolveu publicar essa foto de arquivo da banda in performance. Interessante destacar dois detalhes na fotografia: Thiago Laboriel trabalhando pra caramba em seu baixo Fender Jazz Bass (lembra os baixistas de blues de New Orleans) e Magu Cartabranca esqueceu de encolher a proeminente barriga, o que o fez sair da inércia e ir à luta em caminhadas e outros truques para se livrar dessa! Blog da Banda Rock Brasília

CRISTINA MAYUMI: COMPETENTE NISSEI PRODUTORA DA SÉTIMA ARTE NA CAPITAL.

Cristina Mayumi: paulistana de nascimento e brasiliense de coração, Mayumi veio para capital em 2008. Morou e trabalhou no Japão por nada menos que 11 anos anos e finalmente resolveu radicalizar-se no Distrito Federal por conta de novos horizontes, trabalho e família. Essa verdadeira guerreira nissei é esposa do cineasta Cleuberth Choi, com quem aprendeu a produzir, trabalhar e amar a sétima arte. Por conta da produção de seu companheiro produtor de cinema Mayumi desenvolveu diversos trabalhos cinematográficos que vão desde iluminação e fotografia até edição e finalização de filmes. Na verdade essa habilidosa nissei reuniu todo seu conhecimento e dedicação aprendidos nas tradições oriental e ocidental e mandou ver, fazendo o que a maioria dos video-makers e cineastas sabem muito bem que é criar um exército de um homem só. Ou seja, mão-de-obra especializada em cinema é pra lá de cara, daí esses corajosos empreendedores da telona acabam por aprender e fazer sempre quase todos os serviços da área por conta de baixíssimo orçamento, que por por mais modestos que possam parecer acabam por levar economias de anos de serviço de outras áreas de trabalho, porque câmeras profissionais, microfones, ilha de edição de cinema, dentre outras coisas, perfazem equipamentos que são caro pra caramba! Por isso Mayumi e seus colegas de produção cinematográfica tem que ter sempre nosso reconhecimento. De volta ao tema das atividades da telona, há uma que tem técnica específica que Mayumi salientou ao produzir a foto abaixo, onde predomina o cenário de cor verde: o chroma key, que significa literalmente cor chave. É possível achar na internet crianças e gente grande ensinando e se aventurando com tecidos de cor verde limão ou azul esticados e iluminados em espaços que viram cenário em home ou estúdios profissionais. Neles qualquer coisa que se deseje (de cenários virtuais a imagens de cidades, fazendas etc.) substituem toda a parte da imagem que tenha aquela cor chave, ou seja, o próprio chroma key, para criarem as impressões que fazem os artistas serem literalmente transportados para o ambiente que se deseje que eles estejam. Para clarear as idèias, um ator é fotografado ou filmado em um stúdio com cenários de cor verde ou azul, onde tal ator não pode vestir qualquer das cores que estejam sendo utilizadas como chroma key, vez que todos os espaços onde o chroma key aparece será substituído por imagens que se deseje inserir o ator. Para ilustrar o problema de se usar vestimentas de mesma cor do chroma, caso se queira fazer o homem invisível, basta que o artista atuante se envolva com tecido da mesma cor e ele desaparecerá de cena! Todo o espaço ocupado por ele será substituído pelas imagens que por sua vez substituirão o fundo verde ou azul. Exemplos práticos dessa realidade estão em todos os filmes da geração contemporanea de cinema, quando assistimos atores e atrizes voando ou em topos de edifícios que provocam aquele frio na barriga do telespectador, pois acredita estarem os artistas na beira de precipícios ou locais de risco de mesma intensidade. Na verdade encontram-se os mesmos em estúdios de cor verde ou azul e são animados pelo drama de se fazer movimentos como se estivessem para cair etc. E com ajuda de efeitos especiais de ventania provocadas por potentes ventiladores passam a total realismo quando se substitui o cenário do chroma. Nesse caso do precipício se terá a impressão de que, de fato, o artista está lá no topo do edifício e que a qualquer momento pode cair. Cristina Mayumi vem estudado, aprendendo e aplicando essa difícil técnica em suas produções e demonstra isso nessa linda fotografia de fundo verde e seus resultados práticos podem ser assistidos em suas obras cinematográficas. Todos do blog desejam sucesso para essa admirável cineasta que sempre tem espaço garantido nos posts da Banda Rock Brasília.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A LUTA PARA SALVAR O PACIENTE ROCK BRASÍLIA EM 2016 CONTINUA A MESMA.

Todo mundo sabe que o ano no Brasil só começa após o término do carnaval. Sendo assim, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia e não muitos outros estados da federação ainda resistem em terminar o período carnavalesco e vivem como se fossem vésperas do ano novo, pois, a festa nesses estados só vai terminar no próximo domingo. Todavia, na capital do país as guerreiras bandas de rock e os diversos produtores do gênero iniciam seus trabalhos, vez que o ano em Brasília engatinha para iniciar pelos mesmos motivos que acima citamos. E nesse diapasão do rock!n!roll a Banda Rock Brasília manda seu recado: pré ou pós carnaval a luta para salvar o paciente de igual nome da banda, ou seja, o próprio Rock Brasília, continua a mesma! Por saber disso é que essa bagaça de blog foi lá nos arquivos do site Do Próprio Bolso (que não aponta os créditos da foto), tomou emprestada essa magnífica fotografia e a reeditou. A intenção é simples: recordar, analisar e melhorar todos os procedimentos desse difícil tratamento que tem por objetivo salvar o Rock Brasília! Na mesma foto, Gilvan Ramires e Magu Cartabranca (E-D respectivamente) fazem as vezes de médico e paciente do rock e essa cena acontece durante a performance live da banda onde Rogerio Aguas, Thiago Laboriel, Gabriel e Isaac trabalham enquanto tocam ao mesmo tempo em que assistem a dramática cena imortalizada por fotógrafo até agora anônimo! Porém, basta enviar o nome pra gente que a publicação do crédito será imediata. O blog agradece Mário Pazcheco e Cida Carvalho, pois, sem essas figuras genuínas cenas como essa em questão jamais aconteceriam. Como também os palcos do puro rock de Brasília ficariam ainda mais prejudicados. Importante destacar que na matéria do Próprio Bolso onde encontra-se essa e outras fotos da banda, você poderá ler ainda, por exemplo, comentários iguais a esse que Pazcheco diz que toda a cena promovida pela Rock Brasília deveria acontecer em um manicômio! E a banda agradece, pois, estuda seriamente tal possibilidade! Valeu Pazcheco!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

DAVID BOWIE: WE SALUTE YOU ! BANDA ROCK BRASÍLIA.

David Bowie, na verdade David Robert Jones, de Brixton, Londres, parte para a eternidade no último 10 de janeiro, vítima de câncer no fígado, e deixa enorme vazio no mundo do pop rock. Sua imensa produção artística, porém, é e será responsável por preencher a falta de quem a criou. David Bowie era nada mais, nada menos que cantor, compositor, ator e produtor musical. Ganhou o apelido de Camaleão do Rock pela capacidade de sempre mudar sua imagem. O início do reconhecimento de Bowie pela mídia e o grande público aconteceu em 69 por ocasião do lançamento do álbum David Bowie emplacou a clássica Space Oddly, alcançando o quinto lugar no Reino Unido. E daqui por diante essa bagaça de blog vai disponibilizar uma das páginas desse dinossauro do rock na Wikipedia para não ter que refazer essa história fascinante de se conhecer de perto que é a biografia de David Bowie. Antes, contudo, vale a pena lembrar que na foto da chamada estão os Davidies Bowie e Gilmour, produzida durante a performance da clássica Pink floydiano Comfortably Numb, ao vivo no Royal Albert Hall (2007). Daqui pra frente segue o texto de Bowie na Wikipedia. Embora desde cedo tenha realizado o álbum David Bowie e diversas canções, Bowie só chamou a atenção do público em 1969, quando a canção "Space Oddity" alcançou o quinto lugar no UK Singles Chart. Após um período de três anos de experimentação, que incluem a realização de dois significativos e influentes álbuns, The Man Who Sold the World (1970) e Hunky Dory (1971), ele retorna em 1972 durante a era glam rock com um alter ego extravagante e andrógino chamado Ziggy Stardust, sustentado pelo sucesso de "Starman" e do aclamado álbum The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars. Seu impacto na época foi um dos maiores cultos já criados na cultura popular.[1] Em 1973, o disco Aladdin Sane levou Ziggy aos EUA. A vida curta da persona revelaria apenas uma das muitas facetas de uma carreira marcada pela reinvenção contínua, pela inovação musical e pela apresentação visual. Em 1974, o álbum Diamond Dogs previa, com seu som e sua temática caótica, a revolução punk que surgiria anos depois. Em 1975, Bowie finalmente conseguiu seu primeiro grande sucesso em território americano com a canção "Fame", em co-autoria com John Lennon, do álbum Young Americans. O som constitui uma mudança radical no estilo que, inicialmente, alienou muitos de seus devotos no Reino Unido. Nessa etapa, a carreira musical de Bowie se renovou e seguiu novos rumos. Após a criação de uma nova persona, Thin White Duke, apresentada no aclamado Station to Station (1976), que traz um Bowie interessado em misticismo, Cabala e Nazismo, ele confundiu as expectativas de seu público americano e de sua gravadora com a produção do minimalista Low (1977) — a primeira das três colaborações com Brian Eno durante os próximos dois anos. A chamada "Trilogia de Berlim" (com "Heroes" e Lodger) trouxe álbuns introspectivos que lograram o topo nas paradas britânicas e que ganharam admiração crítica duradoura. Seguindo o sucesso comercial irregular no final dos anos 70, a canção "Ashes to Ashes" do álbum de 1980 Scary Monsters (and Super Creeps) alcançou o primeiro lugar no Reino Unido e lançou bases para um novo movimento chamado New Romanticism. No ano seguinte, junto à banda Queen, escreveu e cantou a canção "Under Pressure" e em seguida atingiu novo pico comercial com o álbum Let's Dance (1983), que rendeu sucessos com a canção homônima e o fez cativar nova audiência. Ao longo dos anos 1990 e 2000, Bowie continuou a experimentar novos estilos musicais, incluindo os gêneros industrial, drum and bass, e adult contemporary. Seu último álbum de inéditas foi por muito tempo Reality, uma mistura de melancolia e humor, suportado pela A Reality Tour de 2003–2004. Após um período de quase dez anos em hiato, anuncia The Next Day pelo Facebook e pelo seu novo website. Seu novo álbum (The Next Day), está com três indicações ao Grammy (Melhor performance de rock 'Stars Are Out Tonight), Melhor Conteúdo Extra (The Next Day Extra) e melhor álbum de rock. A influência de David Bowie é única, musical e socialmente. Como escreveu o biógrafo David Buckley, "ele penetrou e modificou mais vidas do que qualquer outra figura comparável."[1] De fato, grande é sua influência no mundo da música entre artistas e bandas mais antigas e a nova geração (Ver Influência), e, além de ter auxiliado movimentos como a libertação gay e a recriação de uma nova juventude independente, introduziu novos modos de se vestir na cena musical e tem uma carreira prestigiada no cinema. Em 2002, ficou em 29º lugar na lista popular 100 Greatest Britons e já vendeu mais de 136 milhões de álbuns ao longo de sua carreira. Foi premiado no Reino Unido com 9 certificações de álbum de platina, 11 de ouro e 8 de prata, e, nos Estados Unidos, 5 de platina e 7 de ouro. Em 2004, a Rolling Stone colocou-o na 39ª posição em sua lista dos "100 Maiores Artistas do Rock de Todos os Tempos" e em 23º lugar na lista dos "Melhores Cantores de Todos os Tempos". Índice [esconder] 1 Biografia 1.1 1947–1962: Primeiros anos 1.2 1962–1968: Os Kon-rads e os Riot Squad 1.3 1969–1973: Do folk psicodélico ao glam rock 1.3.1 De Space Oddity ao Hunky Dory 1.3.2 Ziggy Stardust 1.4 1974–1976: Soul, funk e o Thin White Duke 1.5 1976–1979: Estadia em Berlim 1.6 1980–1989: De superstar a megastar 1.7 1989–1991: Tin Machine 1.8 1992–1999: Bowie eletrônico 1.9 1999–2015: Bowie neoclássico 1.10 2016: Morte 2 Carreira como ator 3 Orientação sexual 4 Musicalidade 4.1 Vocal e instrumental 4.2 Composições 5 Legado 6 Prêmios e reconhecimento 7 Discografia 8 Ver também 9 Referências 10 Bibliografia 11 Ligações externas Biografia 1947–1962: Primeiros anos David Bowie nasceu como David Robert Jones em Brixton, Londres, em 8 de janeiro de 1947. Sua mãe, Margaret Mary "Peggy", era descendente de irlandeses e trabalhava como arrumadeira de cinema, enquanto seu pai, Haywood Stenton "John" Jones, era oficial de promoções da Barnardo's. A família vivia no número 40 da Stansfield Road, próximo da fronteira das zonas londrinas do sul de Brixton e Stockwell. Um vizinho lembrou que "Londres na década de quarenta era o pior lugar possível, e o pior lugar possível para uma criança nascer." Bowie freqüentou a Stockwell Infants School até seus seis anos de idade, adquirindo reputação de garoto com talento para cantar e, principalmente, gritar.[2] [3] Mudando-se em 1953 para um subúrbio próximo, em Bromley, a família o enviou à Burnt Ash Junior School. Sua voz foi considerada "adequada" no coral da escola, onde ele demonstrou uma capacidade musical acima da média.[4] Aos nove anos de idade, foi introduzido ao método educativo de escutar sons e dançar, e sua dança agradou os professores, que a achavam "vividamente artística" e sua postura "surpreendente" para uma criança.[4] Neste mesmo ano, seu interesse pela música cresceu quando o pai trouxe para casa discos de vinis de uma coleção americana com músicas cantadas por Frankie Lymon and the Teenagers, The Platters, Fats Domino, Elvis Presley e Little Richard.[5] [6] Ao ouvir Richard cantar "Tutti Frutti", Bowie diria mais tarde: "Eu tinha escutado a voz de Deus."[7] Da mesma forma, o impacto de Presley em sua vida também foi enfático: "Eu vi uma prima minha a dançar 'Hound Dog' e eu nunca tinha visto ela se levantar e se mover tanto por nada. Realmente me impressionou, o poder da música. Comecei a procurar discos depois disso."[6] No final do próximo ano, o garoto começou a aprender ukelele e tea-chest bass e a participar em sessões de skiffle com os amigos, além de ter começado a tocar piano; enquanto isso se apresentava para os amigos escoteiros fingindo ser Elvis e Chuck Berry e sua presença no palco era descrita como "fascinante... como alguém de outro planeta."[6] Porém, entrou para a Ravens Wood School assim que viu que suas notas no Burnt Ash Junior não foram boas.[8] Era uma escola técnica incomum, como escreve o biógrafo Christopher Sandford: "Apesar de seu status, a escola era, na época em que David chegou em 1958, rica em rituais misteriosos, como qualquer outra escola pública inglesa. Havia casas, nomeadas em homenagem a estadistas do século XVIII como Pitt e Wilberforce. E tinha um uniforme, e um elaborado sistema de recompensas e punições. Havia também um foco em idiomas, ciências e particularmente desenho, de onde uma atmosfera colegial floresceu sob a tutela de Owen Frampton. No relato de David, Frampton conduzia por força da personalidade, e não pelo intelecto; no entanto, seus colegas no Bromley Tech não eram famosos por nenhum dos dois, e renderam, aos alunos mais brilhantes em artes da escola, um regime tão liberal que Frampton encorajou o seu próprio filho, Peter, a prosseguir numa carreira musical com David, parceria brevemente intacta trinta anos mais tarde."[8] Bowie estudou arte, música e desenho, incluindo layout e typsetting. Depois de Terry Burns, seu meio-irmão por parte de mãe, apresentá-lo ao jazz moderno, o seu entusiasmo por instrumentistas como Charles Mingus e John Coltrane levou sua mãe a lhe dar um saxofone alto em 1961; não demorou para que o garoto recebesse aulas de um músico local.[9] Em 1962, metido numa briga por conta de uma garota, recebeu um ferimento grave na escola, quando o amigo George Underwood lhe deu um forte soco no olho esquerdo usando um grande anel no dedo. Os médicos temiam que ele viesse a perder parcialmente a visão; foi forçado a ficar fora da escola para uma série de operações durante uma internação de quatro meses.[10] O dano não pôde ser totalmente reparado — deixando-o com a percepção deficiente e com a pupila permanentemente dilatada (tempos depois isso tornaria-se a marca pessoal do artista, que embora tenha os dois olhos azuis, aparenta ter um olho de cada cor, fenômeno conhecido como heterocromia. Alguns acreditavam que seu olho fosse de vidro mas na realidade o problema em seu olho é designado anisocoria que, no seu caso, lhe deixou permanentemente a pupila esquerda dilatada). Apesar da briga violenta, Underwood e Bowie continuaram amigos, e Underwood passou a cuidar da parte artística dos primeiros álbuns de Bowie.[11] [12] 1962–1968: Os Kon-rads e os Riot Squad Bowie em 1967 De seu saxofone de plástico a um instrumento real em 1962, Bowie formou sua primeira banda aos 15 anos de idade. Os Kon-rads tocavam guitarra baseada no rock and roll em reuniões de jovens e em casamentos, e tinham uma formação que variava entre quatro e oito membros, entre eles Underwood.[13] Ao deixar a escola técnica no ano seguinte, Bowie informou a seus pais o seu sonho de tornar-se uma estrela do rock. Não demorou, então, para sua mãe o arranjar um emprego como companheiro de eletricista. Frustrado pelas limitadas aspirações que seus colegas de banda tinham, Bowie deixou a Kon-rads e formou outra banda, os King Bees. Escreveu uma carta a um empresário inglês bem-sucedido, chamado John Bloom, que trabalhava com máquinas de lavar, convidando-o a "fazer por nós o que Brian Epstein fez pelos Beatles — e fazer mais um milhão." Bloom não respondeu à oferta, mas encaminhou o convite à Leslie Conn, parceiro de Dick James, que contratou Bowie, fazendo dessa a primeira gestão pessoal do artista.[14] Leslie Conn logo começou a promover o trabalho de David Bowie. O primeiro single do cantor, "Liza Jane", creditado à David Jones e os King Bees, não logrou nenhum sucesso comercial. Desapontado com os King Bees e o repertório blues de Howlin' Wolf e Willie Dixon, Bowie deixou a banda a menos de um mês depois de entrar para a Manish Boys, banda com levada blues, mas que também incorporava elementos do folk e soul: "Eu costumava sonhar em ser o Mick Jagger deles", recordaria Bowie anos mais tarde.[14] "I Pity the Fool" não teve maior sucesso que "Liza Jane", e não demorou para que Bowie muda-se novamente de grupo, dessa vez entrando para o Lower Third, trio de blues fortemente influenciado pelo The Who. "You've Got a Habit of Leaving" não se saíu melhor, e marcou o fim do contrato com Conn. Declarando que iria deixar o mundo pop "para estudar mímica no Sadler's Wells", Bowie, no entanto, permaneceu no Lower Third. Seu novo empresário, Ralph Horton, seria uma figura importante em sua transição para artista solo mais tarde, e também o apoiou quando David mudou-se para outro grupo, o Buzz, cuja canção "Do Anything You Say" foi um verdadeiro fracasso. Enquanto era contratado por Buzz, Bowie entrou em 1967 para a Riot Squad; as gravações desse novo grupo, que incluíam músicas escritas por Bowie e covers do Velvet Underground, não foram nunca lançadas. Ken Pitt, introduzido por Horton, passou a ser então o novo empresário de Bowie.[15] Insatisfeito com seu nome artístico, na época Davy (e Davie) Jones, que em meados da década de 1960 permitia confusão com o ator Davy Jones do The Monkees, o jovem músico renomeou seu nome artístico baseado no sobrenome de um americano do século XIX chamado Jim Bowie e também à faca que ele popularizou.[16] Seu nome também pode ser uma referência ao personagem David Bowman de 2001: A Space Odyssey, famoso filme que inspirou a canção Space Oddity.[17] Seu single "The Laughing Gnome", lançado em abril de 1967, utilizava os vocais acelerados à estilo do The Chipmunks, mas não logrou sucesso comercial. David Bowie, seu álbum de estreia, lançado seis semanas depois, é uma amálgama de pop, folk, psicodelia e music hall, mas teve o mesmo destino de suas tentativas anteriores. O disco foi seu último lançamento por dois anos.[18] Seu fascínio pelo bizarro reforçou-se com o encontro com o dançarino Lindsay Kemp, como disse o próprio Bowie: "Ele vivia em suas emoções, foi uma influência maravilhosa. Sua vida cotidiana era a coisa mais teatral que eu já tinha visto. Era tudo o que eu pensava sobre bohemia. Entrei para o circo."[19] Kemp, por sua vez, lembrou: "Eu não o ensinei a ser um artista mímico, mas a botar para fora o que ele era .... Eu o ativei para liberar o anjo e o demônio que estava em seu interior."[19] Estudando artes dramáticas com Kemp, do teatro avant-garde e da mímica à commedia dell'arte, Bowie ficou imerso na criação de personagens para apresentar ao mundo. Satirizando a vida numa prisão britânica, a canção de 1967 "Over the Wall We Go" tornou-se um single na voz de Paul Nicholas; outra composição de Bowie, chamada "Silly Boy Blue", foi realizada por Billy Fury no ano seguinte.[20] Bowie começou a namorar Hermione Farthingale quando ela foi escalada junto a ele por Kemp para um minueto poético; logo ambos os amantes se mudaram juntos para um apartamento londrino. Tocando violão, ela formou um grupo com Bowie e o baixista John Hutchinson; entre setembro de 1968 e inícios de 1969, quando Bowie e Farthingale rompiam, o trio dava um pequeno número de concertos combinando folk, beat music, poesia e mímica.[21] 1969–1973: Do folk psicodélico ao glam rock De Space Oddity ao Hunky Dory Por conta da falta de sucesso comercial, Bowie se viu obrigado a tentar a ganhar a vida de formas diferentes. Uma dessas foi gravar um comercial para a empresa de sorvetes Lyons Maid, que, no entanto, foi rejeitado por outro do Kit Kat.[22] Em 1969, foi realizado o filme de 30 minutos Love You till Tuesday, concebido como veículo para promover o cantor com apresentações de seu repertório. Apesar de não ter sido lançado até 1984, as sessões de filmagem em janeiro daquele ano levaram a um sucesso inesperado quando Bowie disse aos produtores: "Esse filme de vocês — Eu tenho uma nova canção para ele." Bowie gravou um demo da canção que daria o seu avanço comercial. "Space Oddity" foi lançada meses depois para coincidir com o primeiro pouso na lua.[22] Rompendo seu namoro com Farthingale logo após o término do filme, Bowie mudou-se com Mary Finnigan como seu inquilino.[23] Nesta época continuava sua divergência do rock and roll e do blues iniciada por seu trabalho com Farthingale e, por isso, juntou forças com ela, com Christina Ostrom e Barrie Jackson para conduzir um clube de folk nas noites de domingo no pub Three Tuns na High Street, em Beckenham.[23] Este logo transformou-se em Beckenham Arts Lab, e ficou extremamente popular. O Beckenham Arts Lab organizou um festival livre num parque local, mais tarde imortalizado por Bowie na canção "Memory of a Free Festival".[24] Realizado em 11 de julho, cinco dias antes do lançamento da Apollo 11, "Space Oddity" ficou em 5º lugar no top do Reino Unido. Seu segundo disco, Space Oddity, realizado em novembro, foi lançado no Reino Unido com o nome de David Bowie, o que causou certa confusão com seu antecessor homônimo, e o lançamento nos EUA foi antecipadamente intitulado Man of Words/Man of Music. À época de seu lançamento, não usufruiu sucesso comercial, mesmo com suas letras filosóficas de um mundo pós-hippie sobre paz, amor e moralidade, e um som de folk rock acústico fortificado pelo rock pesado.[25] "Space Oddity" MENU0:00 Amostra da canção "Space Oddity". Realizada em julho de 1969 para coincidir com o primeiro pouso na Lua, foi a primeira do artista a receber relativo sucesso. Problemas para escutar este arquivo? Veja a ajuda. Bowie conheceu Angela Barnett em abril de 69. Se casariam dentro de um ano. O impacto da moça sobre ele foi imediato, e o envolvimento dela em sua carreira teve longo alcance, deixando o empresário Kein Pitt em influência limitada.[26] Estabelecido como artista solo após "Space Oddity", sentia falta de algo: "uma banda em tempo livre para apresentações e gravações — pessoas enfim com as quais ele poderia se relacionar pessoalmente."[27] A lacuna se fortaleceu quando teve uma rivalidade artística com Marc Bolan, na época seu guitarrista de estúdio.[27] Mas uma banda foi devidamente montada: John Cambridge, baterista que Bowie conheceu no Arts Lab, foi convivado por Tony Visconti, que tocaria no baixo, e Mick Ronson na guitarra elétrica. Após uma breve e desastrosa manifestação sob o nome de Os Hype, o grupo sofreu nova reconfiguração, agora apresentando Bowie como artista solo.[27] O trabalho inicial do grupo ficou marcado por um desentendimento acalorado entre Bowie e Cambridge sobre o estilo do segundo de tocar bateria; a discussão chegou no ápice quando Bowie soltou: "Você está fudendo meu álbum". Cambridge deixou o grupo e foi substituído por Mick Woodmansey.[28] Pouco tempo depois, ocorreu um ato que resultaria em anos de litígio: Bowie viu-se forçado a pagar indenização a Pitt, e por isso o demitiu, substituindo-o por Tony Defries.[28] "The Man Who Sold The World" MENU0:00 Trecho da canção do álbum homônimo (1970). À exemplo de contemporâneos como Led Zeppelin e Black Sabbath, antes de fazer sucesso com Ziggy Stardust Bowie escreveu um disco com canções de rock pesado e misterioso. "Life on Mars?" MENU0:00 Já o disco seguinte, Hunky Dory (1971) trouxe canções mais poéticas e com orientação pop e folk, como o sucesso "Life on Mars?", uma crítica à sociedade. Problemas para escutar estes arquivos? Veja a ajuda. As sessões de estúdio resultaram em seu terceiro disco, The Man Who Sold the World (1970), caracterizado pelo som de rock pesado da sua nova banda e que marcou explicitamente um afastamento do violão e do estilo folk estabelecido em Space Oddity. Para promover o álbum nos EUA, a Mercury Records financiou uma turnê de divulgação em que Bowie, entre janeiro e fevereiro de 1971, foi entrevistado por emissoras de rádio e mídia. Explorando sua aparência andrógina, a capa original da versão britânica retrata o cantor com cabelos longos e um vestido: ele o utilizou durante as entrevistas — para a aprovação de críticos, incluindo John Mendelsohn da Rolling Stones que o descreveu da seguinte forma: "deslumbrante, quase desconcertantemente lembra Lauren Bacall", e, nas ruas, a reação das pessoas variava entre o riso e a surpresa, até que um dos pedestres abordou Bowie com um revólver e lhe disse: "beije minha bunda".[29] [30] Durante a viagem, conheceu o trabalho de dois americanos proto-punks que foram seminais e que o levaram a desenvolver o conceito que formaria mais tarde a persona Ziggy Stardust: a fusão da personalidade de Iggy Pop com a música de Lou Reed; ambos elementos o fizeram produzir "o último ídolo pop".[29] Uma amiga recordou seu hábito de "rabiscar notas em guardanapos sobre uma estrela do rock doida, chamada Iggy ou Ziggy", e, retornando à Inglaterra, declarou a intenção de criar uma personagem "que parecesse que havia chegado de Marte."[29] No álbum Hunky Dory (1971), Visconti, seu produtor e baixista, foi substituído de ambos os papéis por Ken Scott e Trevor Bolder, respectivamente. O álbum testemunhou o retorno parcial do cantor de "Space Oddity", com canções como "Kooks", escrito para seu filho, Duncan Zowie Haywood Jones, nascido em 30 de maio.[31] Os pais escolheram seu nome kooky — o menino seria conhecido como Zowie pelos próximos 12 anos — por conta da palavra em grego zoe, vida.[32] Por outro lado, o álbum também explorou temas sérios, e homenageia algumas de suas influências musicais, nas canções "Song for Bob Dylan", "Andy Warhol", e "Queen Bitch" (pastiche do som do Velvet Underground). O disco, contudo, não alcançou sucesso comercial na época.[33] Ziggy Stardust David Bowie durante a Ziggy Stardust Tour, 1972 Em sua empreitada musical seguinte, Bowie desafiou, nas palavras do biógrafo David Buckley, "a crença central da música rock de sua época" e "criou provavelmente o maior culto da cultura popular."[1] Vestido com um traje notável, seus cabelos tingidos de vermelho, e o rosto e os lábios fortemente maquiados, Bowie inaugurou a apresentação de Ziggy Stardust com os The Spiders from Mars — Ronson, Bolder e Woodmansey — num pub chamado Toby Jug em Tolworth, em 10 de fevereiro de 1972.[34] A apresentação foi um sucesso e levou-o ao estrelato; Ziggy e os Spiders from Mars viajaram pelo Reino Unido ao longo dos próximos seis meses e propagaram um "culto a Bowie" que "era único, sua influência durou mais tempo e tem sido mais criativa do que talvez quase todas as forças dentro da cultura pop."[34] Combinando elementos do hard rock de The Man Who Sold the World com o rock mais leve e experimental de Hunky Dory, o disco The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (1972) foi lançado em junho. "Starman", divulgada como canção principal do álbum, fez com que o Reino Unido focasse todos seus olhos em Bowie: ambos o single e o LP atingiram o topo rapidamente após sua performance da canção ser apresentada em julho no Top of the Pops. O álbum, que permaneceria nas paradas por dois anos, logo se juntou ao Hunky Dory, que agora fazia seis meses de idade. Ao mesmo tempo, as canções "John, I’m Only Dancing" e "All the Young Dudes", escrita e produzida para Mott the Hoople, tornaram-se sucesso em seu país de origem. A Ziggy Stardust Tour continuou pelos Estados Unidos.[35] Bowie contribuiu com back vocals no álbum solo Transformer (1972) de Lou Reed, co-produzindo o disco com Ronson.[36] Seu Aladdin Sane (1973), que ainda trazia o glam rock à tona, atingiu o primeiro lugar no Reino Unido — tornando-se seu primeiro álbum a alcançar tal posição. Descrito pelo próprio Bowie como "Ziggy vai à América", contém canções que ele escreveu durante a viagem aos Estados Unidos, que depois continuou pelo Japão para promover o novo álbum de 73. Alladin Sane foi o primeiro álbum de Bowie realizado quando ele já era, de certa forma, conhecido como pop star, e trouxe outros sucessos, como "The Jean Genie", "Drive-In Saturday" e "Let's Spend the Night Together", cover dos Rolling Stones.[37] [38] "Ziggy Stardust" noicon Amostra da canção "Ziggy Stardust" (1972). Ela conta a história da persona homônima, incorporada por Bowie e que o creditou como pioneiro do glam rock. "Starman" MENU0:00 "Starman" (1972) foi um dos maiores sucessos de Ziggy e diz que há um homem esperando pelos humanos no céu. Problemas para escutar estes arquivos? Veja a ajuda. Seu amor em atuar o fez imergir em personagens criados para suas músicas. "Fora dos palcos sou um robô. No palco eu adquiro emoção. Provavelmente por isso que prefiro vestir-me como Ziggy do que como David." Porém, com a satisfação vieram graves dificuldades pessoais: atuando como a mesma pessoa por um longo período, tornou-se impossível separar Ziggy Stardust — e, mais tarde, o Thin White Duke — de sua própria pessoa nos bastidores. Ziggy, Bowie disse certa vez, "não me deixava sozinho durante anos. Foi quando tudo começou a azedar... Minha própria personalidade como um todo havia sido afetada. Tornou-se muito perigoso. Eu realmente tinha dúvidas sobre minha própria sanidade."[39] Suas apresentações tardias como Ziggy, que incluíam canções do disco Ziggy Stardust bem como do Aladdin Sane, eram ultrateatrais, muitas vezes utilizando elementos da mímica aprendida anos antes com Lindsay Kemp, e cheias de momentos chocantes, em cenas nas quais Bowie simulava um sexo oral na guitarra de um Ronson elétrico.[40] Bowie viajou e deu conferências de imprensa como Ziggy antes de uma abrupta e dramática "aposentadoria" dos palcos no Hammersmith Odeon, Londres, em 3 de julho de 1973. Foram realizadas filmagens desse evento final e histórico, e lançadas em 1983 como Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, dirigido por D. A. Pennebaker.[41] Depois de romper a união bem-sucedida com os Spiders from Mars, Bowie tentou deixar Ziggy para trás. Seu catálogo anterior aos sucessos de 1972 estavam sendo cada vez mais requisitados: The Man Who Sold the World foi relançado em 1972 junto com Space Oddity. "Life on Mars?", de Hunky Dory, é lançado em junho de 1973 e chegou à terceira posição na UK singles chart. Em setembro, "The Laughing Gnome", gravado originalmente em 1967, atingiria a quarta posição.[42] Pin Ups, coleção de covers de suas canções favoritas da década de 1960, foi lançado em outubro de 73, e trouxe o hit "Sorrow", que alcançou a primeira posição, dando a Bowie o crédito de artista mais vendido no Reino Unido em 1973. Também cresceram a vendagem de seus álbuns anteriores, que chegaram, juntos, à sexta posição no UK chart.[43] 1974–1976: Soul, funk e o Thin White Duke Bowie a se apresentar durante a Diamond Dogs Tour, 1974. "Future Legend" MENU0:00 Amostra de "Future Legend", faixa que inicia o disco de 1974 Diamond Dogs. É um áudio que acompanha apenas a voz de Bowie anunciando um mundo selvagem pós-apocalíptico que se segue nas faixas seguintes. "Rebel Rebel" MENU0:00 Refrão de "Rebel Rebel" (1974), que, por sua letra e melodia jocosas, ainda nos remete ao glam rock de 72 ao se referir a uma moça "rebelde" e andrógina cuja mãe não sabe se ela é uma menina ou um menino. Problemas para escutar estes arquivos? Veja a ajuda. Bowie mudou-se para os Estados Unidos em 1974, hospedando-se em Nova Iorque antes de se estabelecer em Los Angeles.[44] Diamond Dogs (1974), álbum que o encontrou dividido entre o soul e o funk, derivou-se de duas ideias distintas: um musical baseado num futuro selvagem e sediado numa cidade pós-apocalíptica e a tarefa de musicar o livro 1984 de George Orwell.[45] O disco alcançou a primeira posição no Reino Unido e a quinta nos EUA, gerando os sucessos "Rebel Rebel" e "Diamond Dogs". Para promovê-lo, Bowie lançou a Diamond Dogs Tour, visitando cidades da América do Norte entre junho e dezembro de 1974. Com coreografias de Toni Basil, e ricamente produzido com elementos teatrais e efeitos especiais, a produção de alto orçamento foi filmada por Alan Yentob. O resultado dessas imagens foi o documentário Cracked Actor, apresentando um Bowie pálido e magérrimo: de fato, a turnê coincidiu com a queda do cantor em usar constantes doses de cocaína, que o afetou com debilidades físicas graves, paranóias e problemas emocionais.[46] Mais tarde, Bowie comentaria que seu primeiro álbum ao vivo, David Live (David ao vivo, 1974), deveria se chamar "David Bowie Está Vivo e Bem e Vivendo Apenas na Teoria". David Live, no entanto, solidificou seu status de superstar, e alcançou a segunda posição no Reino Unido e a oitava nos EUA. Depois de uma curta pausa em Filadélfia, onde Bowie também gravou novo material, a turnê recomeçou com uma nova ênfase na música soul.[47] Cantando em Washington, D.C. em 1974 para promover Young Americans. O fruto dessas sessões de gravação na Filadélfia foi o disco Young Americans (1975). O biógrafo Chritopher Sandford comenta: "Ao longo dos anos, a maioria dos roqueiros britânicos tentaram, de uma forma ou de outra, tornar-sem negros por extensão. Poucos tinham se sucedido tão bem como Bowie."[48] [49] A levada do álbum, que o cantor chamou de plastic soul, constituiu uma mudança radical no estilo que, inicialmente, alienou muitos de seus devotos do Reino Unido.[49] Young Americans trouxe a primeira canção de Bowie a atingir a primeira posição nos EUA, "Fame", co-escrita com John Lennon, que também contribuiu com backing vocals, e Carlos Alomar. Distinguindo-se como um dos primeiros artistas brancos a aparecer no programa de variedades americano Soul Train, Bowie cantou "Fame" e "Golden Years", seu single de outubro.[50] O disco foi um sucesso comercial nos EUA e no Reino Unido e, aproveitando tal prestígio, as gravadoras relançaram "Space Oddity" de 1969, que então veio a ser a primeira canção do artista a atingir a primeira posição no Reino Unido, meses depois de "Fame" alcançar o mesmo nos EUA.[51] Embora seu estrelato nessa época estivesse melhor estabelecido, Bowie só existia essencialmente quando podia mudar e surpreender, mesmo com as vendas estabelecidas de suas gravações (na época, mais de um milhão de cópias só do álbum Ziggy Stardust).[52] Em 1975, ecoando o desentendimento amargo que teve com Pitt quinze anos antes, Bowie demitiu seu novo empresário. No auge do conflito que se seguiu em meses de duração na justiça, assistiu, como descreve o biógrafo Christopher Sandford, "milhões de dólares de seus ganhos futuros serem entregues a DeFries em termos excepcionalmente generosos", e então "trancafiou-se na West 20th Street, onde por uma semana seus gritos podiam ser ouvidos através da porta do sótão trancado."[52] Michael Lippman, seu advogado durante as negociações, tornou-se também seu mais novo empresário; Lippman, por sua vez, receberia uma compensação significativa depois de também ser demitido por Bowie no ano seguinte.[53] Bowie como Thin White Duke durante a Isolar – 1976 Tour, no Maple Leaf Gardens, 1976. Station to Station (1976) apresentava uma nova persona, o "Thin White Duke" do título principal. Visualmente, era uma extensão de Thomas Jerome Newton, o extraterrestre que ele retratou no filme The Man Who Fell to Earth do mesmo ano.[54] Desenvolvendo o funk e o soul de Young Americans, este novo disco também prefigurava o krautrock e sintetizava a música dos seus próximos lançamentos. Trazia um Bowie interessado em misticismo e na Cabala. Sua toxicodependência tornou-se pública quando Bowie foi entrevistado por Russell Harty no programa London Weekend Television, numa antecipação da turnê do álbum. Pouco antes da entrevista propagada via satélite começar, era anunciada a morte do ditador espanhol General Franco. Pediram para que Bowie abandonasse a reserva do satélite a fim de que permitisse que o governo espanhol transmitisse notícias sobre o ocorrido. Recusou-se a fazê-lo, e sua entrevista continuou. Na conversa em que se seguiu, conforme descrito pelo biógrafo David Buckley, "o cantor não deu nenhum sentido àquela que foi uma entrevista bastante extensa. [...] Bowie parecia completamente desconexo e mal conseguia pronunciar uma fase coerente."[55] Sua sanidade tornou-se distorcida pela cocaína e ele sofreu overdoses durante todo o ano, além de emagrecer fisicamente de maneira alarmante.[46] [56] No O'Keefe center, 1976. O lançamento de Station to Station aconteceu em janeiro de 1976 e foi seguido em fevereiro por uma turnê de três anos e meio pela Europa e América do Norte. Apresentando todas as faixas do disco, a Isolar – 1976 Tour também destacou as canções do álbum, incluindo a dramática e longa canção-título "Station to Station", as baladas "Wild Is the Wind" e "Word on a Wing", além dos funks "TVC 15" e "Stay". A banda que tocou no disco e na turnê consistia do guitarrista Carlos Alomar, baixista George Murray, e baterista Dennis Davis-que continuariam como unidade estável e criativa pelos próximos anos da década. A turnê logrou ser bem sucedida, mas foi cercada por controvérsias políticas. Em Estocolmo, foi creditada à Bowie a frase de que "a Grã-Bretanha poderia beneficiar-se de um líder fascista" e posteriormente ele foi preso pela alfândega na fronteira Rússia-Polônia por posse de parafernálias nazistas.[57] "Station to Station" MENU0:00 Amostra da canção "Station Station" (1976), do álbum homônimo. É a canção de estúdio mais longa da carreira de David Bowie (dura cerca de 10 minutos e 14 segundos) e apresenta sua última persona, The Thin White Duke, interessado em misticismo e na Cabala. Problemas para escutar este arquivo? Veja a ajuda. Nessa época também ocorreu o "incidente da Estação Victoria": chegando num conversível Mercedes-Benz, Bowie acenou para a multidão em um gesto que alguns alegaram ter sido a saudação nazista, e cuja fotografia foi tirada e publicada na NME. Bowie afirmou tempos depois que o fotógrafo simplesmente havia o pegado acenando,[58] declaração apoiada pelo então jovem Gary Numan, que estava entre a multidão naquele dia: "Pense nisso. Se um fotógrafo tira uma foto de alguém acenando, você vai ter uma saudação nazi no final do movimento de cada braço. Tudo que você precisa é algum idiota num jornal de música ou algo do tipo para fazer uma matéria sobre isso..."[59] Mais tarde, o músico também se arrependeu por seus comentários pró-fascismo e seu comportamento durante o período de vícios e do caráter do Thin White Duke.[60] Disse: "Eu estava fora da minha mente, totalmente enlouquecido. As únicas coisas das quais eu estava ligado eram mitologia... aquela coisa toda sobre Hitler e o Direitismo... Eu descobri o Rei Artur..."[56] De acordo com o dramaturgo Alan Franks, escrevendo mais tarde no The Times, "ele realmente estava demente" e teve experiências muito ruins com drogas pesadas.[61] 1976–1979: Estadia em Berlim Bowie se apresenta em Oslo, junho de 1978. Mudando-se para a Suíça em 1976, comprou um chalé numa montanha no norte do Lago de Genebra. Na nova residência, sua dependência pela cocaína cresceu; além disso, quis aventurar-se em atividades extra-musicais. Começou a pintar e produziu uma série de quadros pós-modernistas. Na turnê, costumava desenhar num caderno e fotografar cenas que serviriam de referência futura. Ao visitar o Brücke Museum em Berlim e outras galerias em Genebra, Bowie se transformou, nas palavras do biógrafo Christopher Sandford, "num prolífico pintor e colecionador de arte contemporânea. [...] Mas não somente um famoso patrono de arte expressionista: trancafiado em Clos des Mésanges, iniciou um curso intensivo de auto-aperfeiçoamento em música clássica e literatura, e começou a trabalhar numa autobiografia."[62] Tais aperfeiçoamentos só viriam a enriquecer seu trabalho de estúdio e palco. 1976 ainda não tinha terminado quando seu interesse pela cena musical da Alemanha e seu vício em drogas o levaram a mudar-se para a Berlim Ocidental, no intuito de renovar e revigorar sua carreira musical. Trabalhando com Brian Eno, enquanto dividia um apartamento em Schöneberg com o mais novo amigo Iggy Pop, concentrou-se na música minimalista e ambiental em seus três próximos álbuns, co-produzidos com Tony Visconti, que vieram a ser conhecidos como sua Trilogia de Berlim.[63] Nessa época, Pop lançou seu primeiro álbum solo sem os Stooges, chamado The Idiot, e, mais tarde, Lust for Life, ambos de 1977, com contribuições de Bowie em melodias e letras, realizando turnês pela Europa, Reino Unido, e nos EUA em março e abril de 1977.[64] O disco Low (1977), parcialmente influenciado pelo som krautrock do Kraftwerk e do Neu!, evidenciou um afastamento de composições e narrações para um estilo mais abstrato, em que as letras eram esporádicas e opcionais. Na época do lançamento, ele recebeu críticas negativas por isso — e a própria gravadora, a RCA, preocupada em manter sua dinâmica comercial, não aprovou o álbum, e o ex-empresário de Bowie, Tony DeFries, embora ainda mantivesse um significante interesse financeiro nos assuntos do cantor, tentou se prevenir desse fracasso. Apesar desses pressentimentos preliminares, a canção "Sound and Vision" atingiu a terceira posição no UK chart; o sucesso levou Philip Glass, compositor contemporâneo, descrever o disco como "uma obra de gênio" em 1992, quando se baseou nele para sua Symphony No. 1 (posteriormente, Glass também usaria o próximo álbum de Bowie como base para sua Symphony No. 4 "Heroes".[65] [66] Não demorou para que notassem o talento de Bowie em criar músicas complexas que pareciam simples.[67] "Heroes" MENU0:00 Amostra da canção "Heroes" (1977), uma das canções de rock ambiental a surgirem durante a Trilogia de Berlim, e também uma das canções de Bowie a alcançar popularidade duradoura anos depois. Problemas para escutar este arquivo? Veja a ajuda. O segundo disco da trilogia, "Heroes" (1977), refletiu a abordagem instrumental e minimalista de Low e também incorporou elementos do pop e do rock, além de receber contribuição do guitarrista Robert Fripp. Assim como o álbum anterior, "Heroes" evidenciou o espírito da época da Guerra Fria, simbolizada por uma Alemanha dividida pelo Muro de Berlim.[68] Neste novo trabalho Bowie incorporou sons ambientes de uma variedade de fontes, incluindo geradores de ruídos, sintetizadores e o koto, instrumento japonês, e logrou sucesso, pois ele atingiu a terceira posição no Reino Unido. Sua faixa-título — baseada no amor incondicional de dois amantes dos lados opostos do Muro de Berlim que Bowie via se unirem diariamente — embora tenha alcançado somente a 24ª posição nas paradas britânicas, ganhou popularidade tardia duradoura, e em poucos meses tinha sido lançada em alemão e em francês.[69] No final daquele ano, Bowie a cantou no programa de televisão Marc, apresentado pelo colega Marc Bolan, e dois dias depois para o especial de Natal de Bing Crosby, quando juntou-se a ele em "Peace on Earth/Little Drummer Boy", versão de "The Little Drummer Boy" com um novo e contrapontual verso. Cinco anos depois, o dueto gozaria de fama mundial ao alcançar a terceira posição nas paradas britânicas no Natal de 1982.[70] Terminando Low e "Heroes", Bowie ocupou grande parte de 1978 a trabalhar na Isolar II, levando canções dos dois primeiros álbuns da Trilogia para quase um milhão de pessoas, durante 70 apresentações ao vivo em 12 países. Naquele momento o artista havia parado com seu vício em drogas; como escreve David Buckley, a Isolar II foi "sua primeira turnê durante cinco anos em que ele não se anestesiou com grandes quantidades de cocaína antes de subir no palco. [...] Sem o esquecimento que as drogas lhe traziam, estava com uma condição mental o suficientemente saudável para fazer novos amigos."[71] A turnê recebeu filmagens que foram lançadas no mesmo ano em Stage, seu segundo álbum ao vivo.[72] Lodger (1979) — tríptico final daquilo que Bowie chamaria de Trilogia de Berlim — absteve-se da natureza ambiental e minimalista dos outros dois e traz uma levada que nos remete às baterias e às guitarras do rock e do pop que prefiguraram sua carreira anterior à estadia em Berlim. O resultado foi uma mistura complexa de New Wave e World Music. Algumas das faixas, como "Boys Keep Swinging", "Move On" e "Red Money", foram compostas utilizando as cartas das Estratégias oblíquas de Eno.[73] O álbum havia sido gravado na Suíça. Antes de seu lançamento, Mel Ilberman da RCA declarou: "Não seria justo chamar o disco de o Sergeant Pepper de Bowie [...] um álbum conceitual que retrata o Inquilino (Lodger) como um andarilho sem teto, evitado e vitimado pelas pressões da vida e da tecnologia." Como descreve o biógrafo Christopher Sandford, "A gravação coincidiu com várias esperanças frustradas, e com a produção, que significava o fim da parceria de 15 com Eno." Lodger chegou à quarta posição nas paradas britânicas e na vigésima nos EUA, rendendo os singles "Boys Keep Swinging" e "DJ".[74] [75] Em finais de 79, Bowie e Angela iniciaram o processo de divórcio, e, após meses de disputas judiciais, seu casamento terminou em inícios de 1980.[76] 1980–1989: De superstar a megastar Bowie durante a turnê Serious Moonlight em 1983. Em 1980, foi lançado o álbum Scary Monsters (and Super Creeps), trazendo a canção "Ashes to Ashes", que alcançou o primeiro lugar nas paradas. A canção revisitava o personagem Major Tom de "Space Oddity". O videoclipe da canção foi um dos mais caros — e também um dos mais inovadores — de todos os tempos.[77] Embora esse disco utilizasse princípios estabelecidos pela trilogia de Berlim, foi considerado pelos críticos como muito mais direto musical e liricamente. Ele teve contribuições de guitarristas como Fripp, Pete Townshend, Chuck Hammer e Tom Verlaine.[78] Com "Ashes to Ashes" atingindo o topo das paradas britânicas, Bowie abriu uma apresentação de três meses no Teatro Broadway em 24 de setembro, estrelando na peça O Homem Elefante.[79] Em 1981, Bowie encontrou-se com a banda Queen e ambos realizaram um single, "Under Pressure", retratando a pressão social. O dueto foi um sucesso e tornou-se o terceiro single de sua carreira a atingir a primeira posição nas paradas britânicas. "Under Pressure surgiu por acaso, David veio até nós para estudar [...] começou a mexer com algo e tudo correu muito espontaneamente e rapidamente. [...] Foi um verdadeiro prazer trabalhar com [ele], tem um tremendo talento". (Freddie Mercury). Ainda no mesmo ano, ele fez uma aparição no filme alemão Christiane F., uma história baseada em fatos reais sobre uma adolescente viciada em drogas na Berlim da década de 1970. A trilha sonora, constituída principalmente por canções já escritas anteriormente por Bowie, foi lançada como Christiane F. meses depois. Bowie interpretou o papel principal de uma adaptação televisiva de 1981 da peça Baal de Bertolt Brecht. Coincidindo com essa transmissão, foi lançado um extended play com cinco faixas da peça, todas gravadas em Berlim. Em março de 1982, um mês antes do filme Cat People de Paul Schrader ser lançado, a canção de Bowie homônima, "Cat People", foi realizada como single, logrando um curto sucesso nos EUA e entrando no UK top 30.[80] "Let's Dance" MENU0:00 Trecho da canção "Let's Dance" (1983), uma de suas canções mais famosas e que o fez cativar uma nova audiência nos anos 80. Problemas para escutar este arquivo? Veja a ajuda. Bowie atingiu novo pico de popularidade e sucesso comercial em 1983 com o disco Let's Dance, que também o fez cativar uma nova audiência. Co-produzido por Nile Rodgers da banda Chic, o álbum ganhou disco de platina no Reino Unido e nos EUA. Seus três singles principais tornaram-se um dos vinte maiores sucessos de ambos os países, e sua faixa-título alcançou a primeira posição. "Modern Love" e "China Girl" alcançaram a segunda posição no Reino Unido, e geraram dois aclamados vídeos promocionais que, como escreve o biógrafo David Buckley, "foram totalmente absorventes e ativaram arquétipos fundamentais no mundo pop. O vídeo clipe para 'Let's Dance', com sua narrativa em torno do jovem casal de aborígenes, tinha como público alvo a 'juventude', e 'China Girl', com sua cena (que depois foi parcialmente censurada) de um namoro nu na praia (homenagem ao filme A Um passo da Eternidade), foi sexualmente provocante o bastante para que garantisse sua alta frequência na MTV. Em 1983, Bowie surgia como um dos artistas de vídeo-clipes mais importantes da época."[81] Let's Dance seguiu-se com uma turnê mundial chamada Serious Moonlight Tour, durante o qual Bowie recebia contribuições de Earl Slick na guitarra e Frank e George Simms no backing vocal. A viagem musical durou seis meses e foi extremamente popular.[81] Cantando em 1987 durante a Glass Spider Tour, turnê difamada pelos críticos. Tonight (1984), outro álbum dançante, trouxe Tina Turner cantando com Bowie na faixa-título, que foi escrita com o amigo Iggy Pop. O disco também trazia covers, como o sucesso de 1966 "God Only Knows" dos Beach Boys, e a canção "Blue Jean", baseada no curta-metragem Jazzin' for Blue Jean, garantiu a Bowie o Grammy Award for Best Short Form Music Video. Em 1985, ele se apresentou no Estádio de Wembley para o Live Aid — uma série de concertos com músicos famosos e aclamados da época na tentativa de arrecadar fundos contra a fome na Etiópia. Durante o evento, Bowie gravou um videoclipe com um de seus ídolos, Mick Jagger, em que cantam e dançam juntos a canção "Dancing in the Street", sucesso de 1964 na voz de Martha and the Vandellas, e que deu ao dueto a primeira posição nas paradas. No mesmo ano, Bowie juntou-se ao Pat Metheny Group na gravação de "This Is Not America" para a trilha sonora do filme The Falcon and the Snowman. Realizada como single, a canção tornou-se um dos 40 sucessos das paradas britânicas e americanas.[82] Em 1986, deram um papel à Bowie no filme Absolute Beginners, que foi mal recebido pelos críticos, mas que sustentou-se pela canção-tema, escrita por David Bowie, também chamada "Absolute Beginners" e que atingiu o segundo lugar nas paradas britânicas. No mesmo ano, o filme Labirinto estreia e Bowie, que compôs e cantou cinco canções para o filme, também atuou como a personagem Jareth, o que lhe garantiu extrema popularidade. Seu último disco solo da década foi Never Let Me Down de 1987, em que ele abandona a levada de seus dois álbuns anteriores, e oferece um rock pesado com uma mistura de techno e industrial. Embora tenha sido um relativo fracasso, atingiu a sexta posição nas paradas britânicas e rendeu as canções "Day-In Day-Out", "Time Will Crawl" e "Never Let Me Down". Tempos depois Bowie o descreveria como seu "nadir" e o chamaria de um "álbum ruim".[83] A série de 86 concertos chamada de Glass Spider Tour surgiu nessa época, em 20 de maio, com o intuito de apoiar o disco. Na guitarra principal, a banda contava com Peter Frampton. Os críticos difamaram a turnê, dizendo que, se comparada às tendências contemporâneas da música de arena e estádio, seus efeitos especiais e suas danças a tornavam demasiadamente cansativa.[84] 1989–1991: Tin Machine David Bowie esqueceu-se de sua carreira solo em 1989, recuando pela primeira vez ao relativo anonimato de membros de banda desde o início dos anos 70. Tin Machine especializou-se como quarteto de hard rock e surgiu depois de Bowie trabalhar experimentalmente com o guitarrista Reeves Gabrels. Completavam a formação Tony Sales e Hunt Sales, irmãos que Bowie conhecia desde a década de 70 por trabalharem na bateria e no baixo, respectivamente, em Lust for Life (1977) de Iggy Pop, disco produzido por Bowie.[85] Bowie toca no Chile durante a Sound+Vision Tour de 1990 Embora pretendesse que o Tin Machine funcionasse democraticamente, Bowie dominou a banda, tanto nas composições como na tomada de decisões importantes.[86] O disco de estreia, Tin Machine (1989), teve inicial popularidade, apesar de suas letras politizadas não terem logrado aprovação universal: Bowie descreveu uma de suas canções como "simplista, ingênua e radical, desistindo de falar sobre o aparecimento de neo-nazistas"; na visão do biógrafo Christopher Sandford, o disco "teve coragem de denunciar drogas, fascismo e televisão [...] em termos de ter atingido o nível literário de uma história em quadrinhos."[87] A EMI reclamou das "letras pregativas", da falta de produção e da abundância de minimalidade.[88] De qualquer forma, o disco alcançou a terceira posição no Reino Unido.[87] A primeira turnê mundial do Tin Machine foi um sucesso comercial, embora fãs e críticos relutassem bastante em aceitar as apresentações de Bowie como mero membro da banda.[89] Uma série de canções e singles fracassaram e, após um desentendimento com a EMI, Bowie decidiu finalmente largar a gravadora.[90] Assim como o público e a imprensa, cada vez mais ele tornou-se descontente com seu papel de simples membro de uma banda.[91] O Tin Machine começou a trabalhar num segundo álbum, porém concordaram em esperar mais um tempo e, nessa espera, Bowie deu um rápido retorno à carreira solo. Na Sound+Vision Tour, tocando seus primeiros e maiores sucessos, anteriores ao disco Tonight, durante sete meses, logrou novo sucesso comercial e novamente a aclamação crítica.[92] Essa turnê contou com suas primeiras apresentações na América do Sul — Rio de Janeiro (Sambódromo), São Paulo (Estádio Palestra Itália, Teatro Olympia), Santiago (Estádio Nacional de Chile) e Buenos Aires (Estádio Monumental de Núñez) — de 20 a 29 de setembro, com milhões de audiências e transmissões da Rede Globo. Em outubro de 1990 — dez anos depois de seu divórcio com Angela — Bowie conheceu a modelo somali Iman Abdulmajid, através de um amigo em comum. Bowie recordou: "Eu estava a dar o nome de nossos futuros filhos na noite em que nos conhecemos... foi uma coisa absolutamente imediata." Eles se casaram em 1992.[93] Enquanto isso, ainda em 1991, o Tin Machine voltou a trabalhar após a turnê solo de Bowie bem-sucedida, porém, o público e a crítica, que já estavam desapontados com o primeiro álbum do grupo, não mostrou muito interesse por um segundo. O lançamento de Tin Machine II ficou marcado por uma ampla divulgação e um conflito inoportuno por causa de sua capa: após a produção ter começado, a nova gravadora, Victory, considerou retratar os quatro membros da banda nus em formato de estátuas kouros, o que seria para ser, segundo Bowie, "num gosto requintado", tornou-se para a mídia uma espécie de "imagens obscenas" a precisar de aerografia e remendos a fim de tornar as figuras assexuadas.[94] Tin Machine excursionou novamente, porém, após o álbum ao vivo Tin Machine Live: Oy Vey, Baby, fracassou comercialmente, e a banda se separou; Bowie, embora continuasse a colaborar e a trabalhar com Gabrels, retomou sua carreira solo.[95] 1992–1999: Bowie eletrônico Bowie se apresenta na Finlândia, 1997. Em abril de 1992, Bowie participou do Concerto em Tributo a Freddie Mercury, após a morte do vocalista do Queen no ano anterior. Cantou "Heroes" e "All the Young Dudes"; não poderia deixar de cantar "Under Pressure", em que foi acompanhado por Annie Lennox, que cantou a parte de Freddie Mercury na canção.[96] Quatro anos depois, Bowie e Iman estavam casados na Suíça. Com a intenção de se mudarem para Los Angeles, o casal voou até os EUA para procurar um imóvel adequado, mas tiveram que se confinar no seu hotel, sob toque de recolher: os Distúrbios de Los Angeles em 1992 começaram bem no dia em que eles embarcaram. Por fim, se estabeleceram em Nova Iorque.[97] Em 1993, o lançamento de Black Tie White Noise trouxe um Bowie influenciado em hip-hop, jazz e soul. O álbum, que novamente o reuniu com o produtor de Let's Dance, Nile Rodgers, fazia uso proeminente de instrumentos eletrônicos e confirmou seu retorno à popularidade, chegando ao primeiro lugar nas paradas britânicas e fazendo sucesso com a canção "Jump They Say".[98] Este álbum também contou com a participação de seu antigo colega da era-Ziggy Stardust, Mick Ronson, que morreu de câncer no final do ano. Bowie explorou novas direções em The Buddha of Suburbia, trilha sonora composta para uma série televisiva livremente adaptada no livro The Buddha of Suburbia (1900) de Hanif Kureishi. O disco trazia alguns dos novos elementos introduzidos no Black Tie White Noise, e também sinalizava uma mudança para o rock alternativo. O disco foi criticamente bem-recebido, embora não lograsse muito sucesso comercial, atingindo a 87ª posição nas paradas do Reino Unido.[99] Outside (1995) reuniu Bowie novamente com Brian Eno, e foi concebido como o primeiro volume de uma narrativa não-linear sobre arte e assassinato. Apresentando personagens de um conto escrito pelo artista, o álbum conseguiu sucesso nas paradas britânicas e americanas.[100] Bowie escolheu a banda Nine Inch Nails como sua parceria para a Outside Tour, e recebeu, por isso, recepções mistas. Visitaram cidades da Europa e da América do Norte entre setembro de 1995 e fevereiro de 1996 e tal turnê marcou o regresso de Gabrels como guitarrista principal de Bowie.[101] Em 17 de janeiro de 1996, David Bowie entrou para o Rock and Roll Hall of Fame.[102] Incorporando elementos do jungle britânico e do drum and bass, Earthling (1997) foi sucesso crítico e comercial. A canção "I'm Afraid of Americans", escrita com Eno para o filme Showgirls de Paul Verhoeven, foi regravada no álbum, remixada para ser lançada como single. Esse trabalho ficou por conta de Trent Reznor, famoso multi-instrumentista de sua banda solo, o Nine Inch Nails, que além de produzir, fez backing vocals na canção. A alta frequência do vídeo clipe na televisão, do qual Reznor também participava, fez com que ela ficasse 16 semanas na Billboard Hot 100 americana. A Earthling Tour esteve na Europa e na América do Norte entre junho e novembro de 1997.[103] Em 1998, reuniu-se novamente com Visconti para gravar "(Safe in This) Sky Life" para o The Rugrats Movie. Embora a faixa tenha sido cortada na edição final, mais tarde ela foi regravada e realizada como "Safe" no lado B do single de 2002 "Everyone Says 'Hi'".[104] A reunião com Visconti também levou a uma versão da faixa "Without You I'm Nothing" do Placebo, com vocais de Bowie adicionados na gravação original.[105] Em 1998, Bowie gravou "A Foggy Day (In London Town)" com Angelo Badalamenti, tributo a George Gershwin, no intuito de arrecadar dinheiro para várias instituições de caridade dedicadas na conscientização e no combate à Aids. 1999–2015: Bowie neoclássico Bowie (esquerda) no palco com Sterling Campbell durante a Heathen Tour, 2002. Bowie compôs a trilha sonora de Omikron em 1999, um jogo de computador em que ele e a esposa Iman também aparecem como personagens. O álbum 'hours...', lançado neste mesmo ano, e contendo algumas faixas regravadas do jogo, trazia uma canção, "What's Really Happening?" (musicada com Reeves Gabrels), com letra escrita pelo vencedor do concurso via internet "Cyber Song Contest", disponível no site oficial de Bowie; o vencedor foi o fã Alex Grant.[106] Utilizando instrumentos tradicionais e um som pesado, o disco marcou o fim dos experimentos de Bowie com a música eletrônica.[107] Em 2000, ele iniciou um álbum que chamaria-se Toy, com novas versões de algumas de suas primeiras canções e mais três novas músicas, mas o projeto nunca foi lançado. Em vez disso, Visconti continuou trabalhando em estúdio com Bowie e, um ano depois, o resultado das gravações foi um álbum inteiramente de canções originais: Heathen, de 2002.[108] Sua filha com Iman, Alexandria Zahra Jones, nasceu em 15 de agosto.[109] Em outubro de 2001, Bowie abriu o Concerto para a Cidade de Nova Iorque, evento de caridade em benefício às vitimas dos Ataques de 11 de setembro, com uma versão minimalista e misteriosa da canção "America" dos Simon and Garfunkel, que seguiu-se com "Heroes", tocada com uma banda.[110] Em 2002, Heathen foi lançado e, durante o segundo semestre do ano, ele realizou a turnê Heathen Tour. A turnê visitou cidades europeias e da América do Norte; sua abertura ocorreu no Meltdown, festival anual de Londres, e, por isso, naquele mesmo ano, Bowie foi apontado diretor artístico do evento. Entre os artistas que selecionou para o festival estavam Philip Glass, Television e The Polyphonic Spree. Além de canções do novo álbum, a turnê também trazia materiais de Low.[111] Em 2003, lançou Reality, disco com humor e melancolia, que reflete sobre toda sua carreira e que, na na faixa-título, proclame e ordena: "Acertei, errei/estou de volta ao começo/procurei um sentido e não cheguei a nada/Hey garoto, bem-vindo à realidade".[112] A Reality Tour o fez viajar pela Europa, EUA, Canadá, Nova Zelândia, Austrália e Japão, com uma audiência estimada em 722.000 mil, arrecadando uma quantia superior a qualquer outra turnê de 2004. Apresentando-se em Oslo, Noruega, em 18 de junho, foi atingido no olho por um pirulito atirado por um fã e, uma semana depois, enquanto se apresentava no palco do Hurricane Festival em Scheeßel, Alemanha, sentiu fortes dores no peito, e a apresentação foi interrompida.[113] Foi diagnosticada uma séria obstrução numa artéria e ele passou por uma angioplastia de emergência em Hamburgo. As 14 apresentações restantes da turnê foram canceladas.[114] Até agora, Reality foi seu último disco de inéditas até o lançamento de The Next Day em 8 de março de 2013,e a turnê foi a última em que ele se apresentou. Bowie em 2009 com o filho Duncan Jones, na estreia de Moon, o primeiro filme a ser dirigido por Jones. Recuperado da cirurgia cardíaca, diminuiu sua produção musical pela primeira vez em vários anos. Apareceu só de vez em quando nos palcos e nos estúdios. Em 2004, cantou "Changes" num dueto com Butterfly Boucher para a animação cinematográfica Shrek 2.[115] Durante o ano de 2005, que seguiu-se calmo em sua agenda, gravou vocais em "(She Can) Do That", co-escrita com Brian Transeau, para o filme Stealth.[116] Retornou aos palcos em 8 de setembro, junto ao Arcade Fire, num evento televisionado nos EUA chamado Fashion Rocks, e tocou com a banda canadense pela segunda vez uma semana depois, durante o CMJ Music Marathon.[117] Contribuiu com vocais na canção "Province" dos TV on the Radio no álbum Return to Cookie Mountain,[118] gravou um comercial da XM Satellite Radio com Snoop Dogg,[119] e participou, com o colega de longa data Lou Reed, do álbum No Balance Palace (2005) da Kashmir.[120] Bowie foi premiado com o Grammy Lifetime Achievement Award em 8 de fevereiro de 2006, que só é concedido a "músicos que, durante suas vidas, deram contribuições criativas de importância artística excepcional no campo da gravação."[121] Em abril, anunciou: "Estou dando um tempo a turnês e discos."[122] Em 29 de maio, contudo, fez uma aparição surpresa no concerto de David Gilmour no Royal Albert Hall de Londres. O evento foi filmado e, logo em seguida, foi lançada uma seleção das canções em que ele participou.[123] Sua última apresentação nos palcos até agora se deu em novembro do mesmo ano, quando cantou ao lado de Alicia Keys no Black Hall — evento beneficente de Nova Iorque para a organização Keep a Child Alive.[124] Em 2007, Bowie foi escolhido para a curadoria do High Line Festival, selecionando músicas e artistas do evento de Manhattan,[125] e participou do álbum de 2008 Anywhere I Lay My Head, de Scarlett Johansson, só de regravações de Tom Waits.[126] Para os 40 anos de aniversário do primeiro pouso na Lua — e também o também para o aniversário de seu primeiro sucesso, "Space Oddity" — a EMI lançou faixas individuais da gravação original da canção em 2009, num concurso que convidava os fãs a criaram um remix.[127] A Reality Tour, álbum duplo com cenas ao vivo de sua turnê de 2003, foi lançado em janeiro de 2010.[128] Em 8 de Janeiro de 2013, foi confirmado pela página do artista um lançamento de, The Next Day, e seu lançamento ocorreu em 8 de março de 2013. O primeiro Single, "Where Are We Now" foi disponibilizado à venda para download no mesmo dia.[129] Em 2015 foi anunciado que lançaria Blackstar influenciado pelo krautrock, assim como seu material passado.[130] O The Times ainda colocou que o álbum será provavelmente o trabalho mais bizarro produzido por Bowie.[131] Em 8 de janeiro de 2016 lançou o álbum Blackstar, cujo nome no álbum é apenas uma estrela negra (estilizado como ★), seu vigésimo sétimo álbum de estúdio, considerado pela crítica como uma obra-prima.[132] [133] 2016: Morte David Bowie faleceu aos 69 anos na noite de 10 de janeiro de 2016, depois de lutar contra um câncer no fígado durante dezoito meses.[134] [135] Carreira como ator Ver artigo principal: Filmografia de David Bowie O biógrafo David Buckley escreve: "A essência da contribuição de Bowie à música popular se deve por sua notável capacidade de analisar e selecionar as ideias que estão de fora do mainstream — da arte, literatura, teatro e cinema — e trazê-los para dentro, de modo que o pop é constantemente alterado."[136] Buckley ainda escreve: "Só uma pessoa levou o glam rock a novas alturas rarefeitas e inventou personagens no pop, casando teatro e música popular num todo poderoso."[137] A carreira de Bowie tem sido marcada por vários papéis em produções de cinema e teatro, o que valeu prestígio e independência como ator e alguns elogios por suas atuações. Sua carreira como ator começa antes de seu avanço comercial como músico. Estudante teatro de avant-garde e mímica com Lindsay Kemp, interpretou o papel de Cloud na produção teatral de 1967 de Kemp chamada Pierrot in Turquoise (posteriormente transformada no filme televisivo de 1970 The Looking Glass Murders).[138] No filme The Image em branco e preto (1969), interpretou um menino fantasma que surge da pintura de um artista envolvido em problemas, para assombrar seu criador.[139] No mesmo, fez uma breve aparição na adaptação do romance The Virgin Soldiers (1966) de Leslie Thomas.[139] Em 1976, ganhou elogios por seu primeiro papel principal num grande filme, retratando Thomas Jerome Newton, um alienígena de um planeta moribundo, em The Man Who Fell to Earth, dirigido por Nic Roeg. Também interpretou o papel principal em Just a Gigolo de 1979, co-produção anglo-alemã dirigida por David Hemmings, em que é Paul von Pryzgodski, um oficial prussiano a retornar da Primeira Guerra Mundial, que é descoberto por uma Baronesa (Marlene Dietrich) que o convida a seu estábulo de gigolô. Entre 1980 e 1981, fez o papel principal de O Homem Elefante, produção tetral da Broadway em que recebeu elogios por uma atuação expressiva.[79] Em Christiane F. – Wir Kinder vom Bahnhof Zoo, filme biográfico de 1981 focando a dependência por drogas de uma jovem na Berlim ocidental, Bowie fez uma aparição como ele mesmo em um concerto na Alemanha. A trilha sonora do filme, Christiane F., traz algumas das canções dos álbuns da Trilogia de Berlim.[140] Em 1983, estreou The Hunger/Fome de Viver, filme de vampiros revisionista, com Catherine Deneuve e Susan Sarandon. Em Merry Christmas, Mr. Lawrence, do mesmo ano, dirigido por Nagisa Oshima e baseado no romance The Seed and the Sower de Laurens van der Post, Bowie representou o Major Jack Celliers, prisioneiro de guerra num campo de internamento japonês. Ryuichi Sakamoto, que também era músico, atuou como o comandante do campo que começa a se prejudicar pelos comportamentos bizarros de Celliers. Participou de uma cena do Yellowbeard de 1983, comédia sobre piratas criada pelo Monty Python, e em 1985 representou Colin, assassino de aluguel no filme Into the Night. Recusou retratar o vilão Max Zorin no filme 007 Na Mira Dos Assassinos/007 - Alvo Em Movimento do mesmo ano.[141] Absolute Beginners (1986), musical de rock baseado no romance de Colin MacInnes de 1959 sobre a vida londrina, trazia música de Bowie mas lhe presenteou um papel de qualidade inferior. No mesmo ano, interpretou o andrógino Jareth, rei dos goblins, no filme Labirinto - A Magia do Tempo de Jim Henson.[142] Dois anos depois interpretou Pôncio Pilatos no filme A Última Tentação de Cristo de Martin Scorsese, em 1988. Em 1991, no The Linguini Incident, atuou como um descontente empregado de um restaurante que é o antagonista de Rosanna Arquette. No ano seguinte, foi o misterioso agente do FBI Phillip Jeffries em Twin Peaks - Os últimos dias de Laura Palmer (1992) de David Lynch. Retratou Andy Warhol, figura do qual havia conhecido na década de 70, no filme Basquiat, filme da biografia de Jean-Michel Basquiat, dirigido por Julian Schnabel. Co-estrelou no filme Il Mio West de Giovanni Veronesi em 1998 (lançado como Gunslinger's Revenge em 2005) como o pistoleiro mais temido da região.[143] Em 1999, interpretou o velho gangster Bernie em Everybody Loves Sunshine de Andrew Goth e fez uma breve aparição na série de horror televisiva The Hunger. Em Mr. Rice's Secret (2000), retratou o papel principal como vizinho de um doente terminal de doze anos de idade e, no ano seguinte, apareceu como si mesmo em Zoolander junto a outras personalidades famosas. Em 2006, retratou Nikola Tesla, físico pioneiro na corrente alternada, no filme O Grande Truque/O Terceiro Passo co-estrelado por Christian Bale e Hugh Jackman, dirigido por Christopher Nolan e baseado no romance epistolar de Christopher Priest sobre a rivalidade entre dois mágicos no início do século XX. No mesmo ano, emprestou sua voz ao poderoso vilão Maltazard na animação Arthur e os Minimoys e também para o personagem Lord Royal Highness do desenho animado Bob Esponja: Calça Quadrada. No filme de 2008 August, dirigido por Austin Chick, Bowie atuou como coadjuvante no papel de Ogilvie, ao lado de Josh Hartnett e Rip Torn, no qual ele já havia trabalhado anteriormente em 1976 em The Man Who Fell to Earth.[144] [145] Orientação sexual O biógrafo David Buckley escreve: "Se Ziggy confundia tanto seu criador quando sua audiência, grande parte dessa confusão se centrou sobre sexualidade."[146] Bowie se declarou bissexual numa entrevista para a Melody Maker em janeiro de 1972, momento em que coincide com suas primeiras tentativas de divulgar a primeira turnê de sua persona.[40] Em 1976, numa entrevista para a Playboy, Bowie declarou: "É verdade — sou bissexual. Mas não posso negar que eu sei disso muito bem. Acho que é a melhor coisa que já me aconteceu."[147] Bowie e sua esposa Iman. No entanto, numa entrevista em 1983 para a Rolling Stones, Bowie voltou atrás e disse que sua declaração pública de bissexualidade tinha sido "o maior erro que já cometi", e, mais tarde, em outras ocasiões, afirmou que seu interesse pela cultura gay e bissexual derivava apenas de seus sentimentos e interesses na época; como escreve Buckley, Bowie nutria mais uma "compulsão pelo desrespeito aos códigos morais do que um verdadeiro estado biológico e psicológico de ser".[148] [149] Perguntado em 2002 pela Blender se ele ainda acreditava que sua declaração pública de bissexualidade era seu maior erro, respondeu: Interessante. [Pausa] Acho que não foi um grande erro na Europa, mas isso provocou muitas dores de cabeça nos Estados Unidos. Não tive nenhum problema com as pessoas que sabiam que eu era bissexual. Mas eu não tinha inclinação de levantar nenhuma bandeira ou ser representante de qualquer grupo. Eu sabia o que queria ser: compositor e intérprete, e sentia que a marca de bissexualidade me acompanhava há muito tempo. Os Estados Unidos são um lugar muito puritano e ele estava no meu caminho, em grande parte daquilo que eu queria fazer.[150] A visão de Buckley é a de que Bowie foi um músico preocupado em quebrar tabus,[151] e escreve: "talvez seja verdade que Bowie nunca foi gay, e nem sempre foi um bissexual ativo... o que ele fez, de vez em quando, foi experimentar, de tempos em tempos, mesmo que sob o intuito de curiosidade e ingenuidade e de ser transgressivo, antinormativo."[152] O biógrafo Christopher Sandford, por sua vez, escreve que, de acordo com Mary Finnigan, com quem Bowie teve um caso em 1969, o cantor e sua primeira esposa Angie "viviam num mundo de fantasia e eles criaram sua fantasia bissexual."[153] Sandford também comenta que o músico gostava de contar uma piada que ambos se conheceram enquanto "comiam o mesmo sujeito" e afirma: "o sexo gay sempre foi uma questão anedótica e engraçada. É evidente que os gostos atuais de Bowie oscilaram para o outro lado se se notar o número de casos que teve com mulheres.[153] Na recente biografia David Bowie - A Biografia, escrita por Marc Spitz, lançada originalmente em 2009 e em 2010 no Brasil, o biógrafo revela que, em sua adolescência, Bowie teve muitas experiências homossexuais (e cita uma frase que o cantor disse na entrevista de 76 da Playboy: "Quando fiz 14 anos, o sexo, de repente, se tornou relevante. Não importava realmente com quem ou como era, contanto que fosse uma experiência sexual. Não era difícil levar algum cara bonitinho da classe para casa e transar com ele"),[154] mas o biógrafo também reforça que suas declarações públicas não tinham outro intuito a não ser chamar a atenção para sua música e fazer marketing